domingo, 11 de março de 2012

Lima, a nova capital mundial da gastronomia

Por Mesquitinha

Lima é uma cidade onde até o pobre exercita e usufrui da gastronomia. Por toda a cidade , nos bares simples, e nos grandes restaurantes, tem peixe ( ceviche ) e o pollo ( frango), alimento predominante para a classe de menos poder aquisitivo do Perú, do Paraguai, da Bolívia, e também do Brasil. O Ceviche são tiras de peixe curtido no limão e servido com um leve e paradisíaco molho, ou melhor, caldo branco. No restaurante Santo Pez em Miraflores (www.santopez.com) comi de entrada bolinhos fritos de ceviche, que valeu a passagem ida e volta, bombones de pescado com leche de tigre e o prato principal foi um sobrano atum (posta) grelhado;  medalhão de atum com risoto de milho e salsa de raíz coronados com hilos e corcantes de pulpo ( polvo )
Mas, no Mercado Municipal os trabalhadores e visitantes comem um ótimo ceviche numa bancada ao lado das peixarias. Essa rica gastronomia é completada pela Cozinha Creola (na caçarola bem à espanhola, com cebola, pimentões e batatas) especializada em carne de porco, bovina e aves. São mestres em fazer o carneiro, o arroz com pato, o filé de pato, pratos facilmente encontrados
Uma alerta para quem vai com os filhos, a cidade abriga todas as redes internacionais de fast food , Subway, MacDonald, Burger King, Pizza Hut, Dominos , e o sempre lotadíssimo KFC , o Kentuchy Frango Frito que o pianista Sergio Mendes trouxe para o Brasil na década de 70 e não vingou, e agora o grupo do Bobs/Spoletto está testando uma loja no centro do Rio.
Lima tem dez milhôes de habitantes, transito caótico com a maioria dos carros e micro ônibus velhos, não tem metrô , mas, como em Buenos Aires e Montevidéu taxi farto e baratíssimo. Usei taxi para conhecer a praia de Miraflores, famosa para os surfistas, porém sem a freqüência de banhistas, para conhecer o elegante bairro de San Isidro com belas mansões e shopping. Quanto ao Centro Histórico que é arrepiadamente bonito com seus palácios, igrejas  e museus, é claro, que comprei na portaria do hotel um tour com uma guia preparadíssima.
Por sinal, o peruano sabe que depende dos minerais e pescados para exportação, e do turismo, que é super organizado e atencioso. O turismo, principalmente por Machú Picchú e Cusco, é grandioso, com pouca participação de brasileiros e a predominância  de europeus, asiáticos, australianos e norte americanos. Um dólar vale 2,7 sólis
Hotel tres estrelas à US$ 60 a diaria de ótimo nível, se encontra centenas em Miraflores e San Isidro, local bonito e recomendável à uma família. Eu, na minha amada solidão, ou melhor, privacidade, fiquei no centro, no imponente e majestoso Hotel Grand Bolívar, na praça San Martin, inaugurado em 1923. bem cuidado pois o aluguel dos tres salões de baile para festas, e o ótimo restaurante, dão uma grande renda. O meu quarto era maior do que o meu apto, com sala de espera, sala, closed, quarto, e um enorme banheiro com banheira antiga de repouso na água, chuveiro, continuando com mármore, o vaso sanitário ao seu lado, o importantíssimo bidê, hoje, infelizmente, em extinção.
Não traga o seu guarda chuva, em Lima não chove, e também não faz sol. Tem uma garoa somente nos quatro meses de verão
Voltando a falar de comida, dei uma sorte incrivel, peguei a maior feira mundial de gastronomia, a Mistura ( www.mistura.pe ) organizada pela Apega ( www.apega.pe ) Associação Peruana de Gastronomia presidida pelo revolucionário e mais badalado Chef Cuisine mundialmente famoso, Gastón Acurio. Essa feira montada num grande parque publico ao lado hotel Shereton (em Lima há hoteis de toda a rede hoteleira internacional) onde havia centenas de barracas restaurante, desde o mais chique ao mais pé de chinelo. È uma mistura (deve ser a razão do nome  da feira de SP, a Paladar, com a feira Comida di Buteco de Belo Horizonte.
Incrível que numa segunda feira às 15 hs, dia útil, tinha nesse horário 300.000 pessoas. Voltei á pé para o hotel , ao cair da tarde , sentei na Catedral do Pisco, onde foi inventado o Pisco Sauer, segundo os peruanos com a divergência dos chilenos, como obviedade, pedi um Pisco, e perguntei se era feriado por ter tanta gente na Feira (que teve participação do brasileiro Alex Atala e do número um, o espanhol Ferran Àdria) disseram que não, aí exclamei:
- E quem trabalha?,
Respondeu o garçon em seguida:
- Sempre há uma minoria rebelde.
Já era fã da comida peruana pela filial em SP do La Mar  do Gaston Acurio, e do exelente restaurante peruano em Maceió, o WANCHAKO  que nasceu há dez anos fruto do casamento de um surfista alagoano com uma moça que conheceu na praia de Miraflores, nutricionista e neta de grande proprietário de restaurante em Lima, com um pouco de conhecimento fui me aprimorar.
Recomendo, qualquer restaurante na av La Mar, da quadra nove à 13, em Miraflores ( Pescados Capitales, Santo Pez, La Mar, Alfresco ) . Em San Isidro, tem um que é bufê à preço único com todas as saladas montadas peruanas (que são muito diferentes ) e todo o restante de comida peruana, o Junios. Há também, restaurantes japonês, chinês, indiano, portanto, o turista encontra a sua adequação.
Lima, também me despiu de qualquer complexo de altura, pois ao caminhar pelas ruas, vendo as pessoas fazendo compras, percebi que setenta por cento dos peruanos medem abaixo dos meus 1,66 m.
Em Lima eu não sou o Mesquitinha, sou o Don Mesquita

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