segunda-feira, 3 de março de 2008

O 29 DE FEVEREIRO

Por Nilson Denari... (meu tio)

Não sabia bem porque o 29 de fevereiro mexia comigo. Não era por ele ser um ano bissexto, não. Nesta ultima terça-feira pela manhã, no trabalho, sentado frente a um paciente, um raio abriu a minha cabeça e me transportou para 1948. Não senti dor por causa do raio, mas uma sensação de renascer um fato dos mais marcantes na vida da família Denari. Uma onda de emoções mantinha em alta as nossas batidas cardíacas.
Naquele 29 de fevereiro de 1948, dentro de um Ford 1946, sentado no banco da frente o nosso pai, Dr. Antenor Denari, junto com sua esposa, nossa mãe, Da. Maria Benedicta Alvarenga Denari, tendo ao colo sua filha Ana Carolina e ao lado seu outro filho José Adhemar, juntando no banco traseiro seus outros quatro filhos Walter, Nilson, Ayrton e Nilva Marly, estavam de mudança de Sorocaba para Santos. Naquela mesma hora de minha lembrança, estávamos com os olhos arregalados e ansiosos, do alto da Via Anchieta visualizando a nova cidade que iríamos morar, Santos. Incrível, como fui me lembrar o que se passou num 29 de fevereiro, naquela mesma hora, eu e toda família no Fordão do meu pai. Que bárbaro! Só não era 1948. Que pena.
Naquele ano, um sonho estava se tornado realidade, para minha mãe. a mulher que sempre teve a felicidade de ter tido a coragem de lutar por um sonho e este era mais um; talvez o maior de todos.
Isto porque, tempos atrás, quando viemos passar as férias de julho em São Vicente, e ela pela primeira vez que viu o mar falou: “Eu ainda vou morrer em uma cidade de praia.” Sonhou e realizou.
Hoje, já passados 60 anos estaremos sempre agradecendo a felicidade que ela nos deu ao nos trazer para esta cidade de amor, fé e solidariedade, elementos básicos na formação do ser humano.
Sempre acreditei mais em fatos que palavras e isto ela nos deu por toda sua vida de mãe e mulher, como fez comigo ali sentado, naquele iluminado momento.
Mãe, lembra, quantas vezes, eu ainda imberbe, lhe dizia bravo, a seguinte bobagem: “Deus me livre casar com uma mulher igual a senhora.” Para sorte minha, ELE não perdia SEU precioso tempo ouvindo bobagens.
Mãe, te amamos,
eu e os outros cinco.

2 comentários:

Anônimo disse...

Adorei!! Gosto de saber fatos marcantes que envolveram a nossa família. Ganhei mais uma estorinha para contar as minhas filhas.
Como a Vó Maria era decidida. Que saudades da senhora, e obrigado por ter escolhido Santos. Passei anos maravilhosos nesta cidade.
Milene

Anônimo disse...

Nossa!! Fiquei muito emocionada com esse texto do meu querido tio Nilson!!
Realmente a minha querida avó foi uma mulher muito forte e determinada.
A cidade de Santos sempre fará parte da minha vida, foi lá que nasci e que passei anos de minha infância.

Liliana