segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eco-Tapados


Passei um fim de semana na Riviera de São Lourenço aqui no litoral norte do Estado de São Paulo... Não é minha praia preferida, mas um convite para passar um fim de semana com a família em um apartamento com sauna e piscina na quadra da praia não é para se recusar..
Como ando em uma fase digamos assim “Zen-observadora” me chamou a atenção de como estes caras que tiveram esta idéia de transformar um lugar comum, em uma mina de dinheiro. Se eu tivesse grana sobrando, juro que compraria um apartamento ou uma mansão na Riviera. Os santistas “espertos” me diriam:
- Meu, mas o point é Maresias e Juquehy... na Riviera só tem paulistinha...
É verdade, eu prefiro ainda Barra do Sahi e Camburizinho, mas para um leigo como eu, assim à primeira vista, o negócio ali na Riviera funciona muito bem...
Nestas outras praias como Barra do Sahi, como já disse em outra crônica, a ocupação é completamente desordenada e a poluição já começa a incomodar... sem falar na segurança...
Chegamos a um ponto em que se você tiver uma casa fora de um condomínio no litoral o risco de ser assaltado é de 98%... vou sair da minha casa prá que?
Ainda mais se você pensar em deixar sua família lá a semana toda e vir trabalhar...
Em compensação, lá na Riviera, tudo super limpo, as ruas arborizadas, seguranças, vigias, casas e prédios bonitos, shopping, super-mercado, eventos, tudo organizado e preparado para o turista, com uma visão ecologicamente correta...
É certo que a Riviera parece Campos do Jordão com praia... mas alguém se lembra como era antes? Para que servia aquele matagal e aquele mangue todo? Que atrativo turístico tinha aquele lugar? De que servia aquilo tudo?
Só pode achar ruim quem não teve essa idéia antes...
Os eco-tapados acham que o homem não pode colocar a mão em nada... Mas para que serve uma praia se nem estrada tem para chegar lá?
E se não tem banheiro? E se não tem esgoto, restaurantes, hotéis, casas...? Dorme todo mundo em barraca? E caga aonde? No mar ou no mato?
Na minha cabeça, de nada adianta a natureza se o homem não pode desfrutá-la... não destruí-la, digo desfrutá-la, curti-la, senti-la...
Será que se o nosso litoral norte fosse encampado por contrutoras que ordenassem a ocupação, separando áreas de preservação, com áreas de ocupação com esgoto, água, segurança e tudo mais que o ser humano necessita, não estaríamos preservando mais do que a zona que está agora?
Aí iriam dizer:
- “É mas iriam devastar tudo...”
Eentão vá lá na Riviera e veja se está tudo devastado... Prédios e mais prédios, carros e asfalto convivendo harmoniosamente com árvores e matas intocadas.
- “É mas quem iria controlar isso?”
Pô quer mais leis ambientais do que já temos?
O problema é que esse bando de eco-inúteis com mais a turma do ministério público e adjacentes, ao invés de planejarem a ocupação ordenada e apresentarem as condições em que as matas podem ser ocupadas e preservadas, acabam proibindo tudo, e aí as ocupações passam a ser clandestinas e a devastação incontrolável. Será que depois de tanto tempo estudando estes caras não sabem o que pode ser ocupado e o que não pode? Não existe condições de haver um equilíbrio? Será que ainda não sabem onde o homem pode ficar e onde não?
Está na hora de saírem dos escritórios e deixarem estas viagens naturebas filosóficas de lado e tomarem posições e medidas maduras e reais... vamos trabalhar oh macacada porque o litoral está ficando podre...

Um comentário:

Anônimo disse...

Marcão
Acho que vc tem razão, nunca tinha analisado a Riviera por este ponto de vista. Eu adoro aquele lugar, é o meu oásis. Um excelente lugar para descansar e passar as férias.. ainda mais qdo tenho excelente companhia. Valeu Mano, Fefê e Carol esta semana foi demais...

Milene