quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SAMBECO – Cap. I (por Mesquitinha)

A maioria dos meus amigos lembra que fui empresário da Dercy Gonçalves. Pois bem, em 1965 aos dezenove anos , antes da Record entrar com o Fino da Bossa e os Festivais, organizei em Santos o SAMBECO. Com os cartazes de Marco Batan, a gerência administrativa de meu írmão Luiz Antonio e os executivos financeiros (Bilheteiros) Nico e saudoso Sidney Cândido Faria, realizei um dos maiores Festival de Bossa Nova do Brasil. O local Cine Caiçara (1800 lugares) que aluguei pagando adiantado da família Campos, os funcionários para montagem do palco consegui da Prefeitura com o secretário de Turismo Carlos Alberto Aulicinio, a madeira com o construtor Damaso Esteves e o elenco (c om o empresário e na época pistonista do conjunto do Luis Loy, Dagmar): Elis Regina, Os Cariocas (a estrela máxima na época e nunca havia se apresentado em Santos), Zimbo Trio, Paulinho Nogueira, Milton Banana Trio e Milton Banana Quinteto com Raulzinho e Hector Costita, Alaíde Costa. Com toda essa trupe, sete dias antes as vendas antecipadas iam mal, o Dagmar me ligou ao lado do Corumbá da dupla com Venâncio, padrinho e empresário do Jair Rodrigues sugerindo a sua inclusão para também atingir um outro público, relutei dizendo que iria ser vaiado, mas acabei aceitando com a condição de ele não cantar Deixe que diga que fale eu não sou de nada ..., pois bem Jair abafou e na saída de cena para não me desafiar saiu com as mãos fazendo o gesto simbólico e cantarolando o refrão, o público exigiu a sua volta e ele cantou três vezes a música..., mas o importante é que duas semanas depois o Marcos Lázaro empresário da Elis convenceu o Walter Silva (Pica Pau) à colocá-lo no Paramount e resultou no LP Dois na Bossa (Elis, Jair, Jongo Trio) o maior sucesso até hoje neste país. O Zimbo na época era a segunda dentre as atrações e fui pedir ao baterista Rubinho que eles fizessem um gran finale com a Elis que tinha levado os seus músicos, ele me respondeu que não acompanhavam Merda, e dois meses mais tarde participariam como efetivos com ela e Jair no Fino da Bossa que Paulo Machado Carvalho Filho se inspirou no sucesso do LP Dois na Bossa. Cumpre dizer que abriu o espetáculo um grupo musical de Santos ; Roberto Sion, Ezequiel Silva, Betinho do Vibrafone, Paulinho da Batera, Viviane, Cacalo. AH !, mas o fato engraçado foi que Alaíde chegou esnobando acompanhada do seu namora o baixinho, publicitário Mário Telles letrista do Maestro Moacir Santos, depois do ensaio me pediu um Hotel para descansar e se trocar, sem ele saber o Sidney a levou para o apartamento que morava bem em frente, o Baixinho ficou duas horas na minha cola enchendo o meu saco até que na hora Ela chegou à rigor com a sua nova secretária mais linda ainda, era a empregada da mãe do Sidney que ficou louca comigo pois perdeu uma ótima funcionária. Gente, nada melhor e mais saudável que a irresponsabilidade juvenil, eu tive um enorme prejuízo financeiro, ou melhor meu pai, porque enquanto os últimos se apresentavam fui ao seu encontro num carteado da cidade, ele cacifou voltei entreguei ao meu irmão e todos foram pagos... e como pedi um pouco mais dali mesmo com o Nico fui para o Rio aproveitar um belo final de semana onde no domingo no Beco das Garrafas á tarde assistimos o sax alto do americano Paul Winter e eu com cinco quilos de café, presente da minha mãe para minha tia Ivone que morava na av. Atlântica ao lado, fiz que a boate inteira pedisse ao garçom ESSE CAFÉZINHO QUE SAIU AGORA ( E NÃO TINHA ) Próximo Capitulo : SAMBECO 2 , ( PARTÍ PARA RECUPERAR O DINHEIRO >>>>..... )

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