domingo, 26 de outubro de 2008

Segurança

Não é dos assuntos mais apetitosos, mas como aconteceu com uma amiga minha não posso ficar sem multiplicar as idéias.
Esta minha amiga estava no carro, em frente ao seu prédio, na rua Bolivar, esperando seu filho de 12 anos descer para saírem.
Chega um distinto pilantra de bicicleta, chinelo, shorts e camiseta, saca o revólver, bate no vidro e insiste que ela o abra.
Ela calmamente abaixa o vidro e ele aponta o revólver para sua cabeça pedindo dinheiro e o celular se não ele atirava.
Como ela tentou ser o mais calma possível em seus movimentos o distinto não parava de ameaçá-la. Ele pegou os R$ 10,00 que ela tinha na bolsa, o celular e foi embora pedalando calmamente.
Ela respirou aliviada, e chorou sem parar e está em choque até agora... 10 dias depois...
E novamente com lágrimas nos olhos me disse:
- Mas o meu filho desceu logo depois que o cara saiu... Já pensou se ele descesse antes?
E eu debruçado sobre todo meu equilíbrio e estupidez, falei:
- Você tem que dar Graças a Deus que não aconteceu mais nada...
- Claro, mas por que eu tenho que conviver com isso? Eu tenho que achar isso normal? Não posso ter carro importado, não posso sair com jóia, meu filho não pode sair com um tênis novo, de bicicleta, eu nem posso ficar no carro embaixo do meu prédio... Isso está certo? Trabalho, ralo que nem uma doida para ter uma condição estável, comprar as coisas que eu quero, que meu filho quer e só podemos usá-las em casa?
E eu até agora estou com esse negócio na minha cabeça... que conceito doido é este que nós criamos, né?
Temos que nos precaver o tempo todo... nosso país é uma arapuca... em cada esquina um ladrão esperando uma vítima... fora os doidos mais perigosos...
E nós passivamente vamos nos adaptando e aceitando cada agressão como se isso fosse o normal...
Certo que há uma contingência enorme em volta de tudo isto, mas até quando vamos esperar uma mudança???
E esta foi uma história com final feliz... e as outras???

Um comentário:

Anônimo disse...

Graças a Deus ela não reagiu e não matou esse excluido, senão ela ia ter que vender carro, apartamento e por o filho para trabalhar até conseguir pagar a conta da justiça.

Este é o país da inversão de valores patrocinada pelo Estado.