As mulheres dizem que não entendem essa necessidade e essa amizade no futebol. Não sei se alguém já tentou explicar, mas para quem não participa do ritual realmente deve ser difícil de entender mesmo, mas vamos lá:
Numa comparação digamos que seja como fazer ginástica em uma academia que você se sinta bem, com pessoas agradáveis, onde você se divirta e que sinta falta quando não vai. Ou como um salão de beleza no sábado, bombando, repleto de vida, funcionando perfeitamente, com as manicures, os cabeleireiros, e as madames falando todas ao mesmo tempo, mas em plena harmonia e que você saia de lá pronta, maravilhosa, repleta de novidades e deliciosamente cansada de tanto falar.
Mas o futebol de sábado é ainda muito mais complexo e profundo. Começa que é preciso reunir pelo menos 22 pessoas com a mesma finalidade, mas ocupando espaços diferentes dentro de um campo delimitado e com apenas uma bola para chutar. E toda a movimentação precisa ser feita em um ritmo e harmonia tal que se consiga passar essa bola um para o outro, na mesma freqüência, sem que o adversário a tome de você. E dentro desta movimentação toda, quando alguém perde o tempo acaba gerando ou a perda da bola, ou um acidente ou uma agressão ou tudo isso junto...
Para quem olha de fora parece fácil. Mas conseguir realizar todo este espetáculo, do início ao fim, afinadinho, com todos os artistas cumprindo o seu papel e saindo ilesos, não é para qualquer um. Uma série de requisitos são necessários: 1. Além do local e dos apetrechos básicos, todos precisam estar no mesmo lugar e no mesmo horário. 2. É fundamental pelo menos uma certa tolerância entre todos para não gerar conflitos mais sérios. 3. Todos precisam apresentar coordenação, habilidade e preparo físico compatíveis. 4. E finalmente, para que todo o espetáculo se repita na semana seguinte é necessário que se desenvolva entre seus componentes, amor pela arte, respeito, confiança e compromisso... esse é o futebol.
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