sábado, 18 de agosto de 2007

Como Classificar um Bar?

Depois que me auto entitulei crítico de botecos, passei a freqüentá-los de maneira diferente. Antes minha única preocupação era arrumar uma mesa, devorar qualquer coisa e tomar uma cerveja gelada. Mas agora não, ... estou mais observador. Todo crítico costuma ser um chato, mas eu sou um crítico legal. Costumo ficar mais atento às coisas boas do que às ruins, se bem que tem umas coisas que não dá para perdoar...
Então comecei a pensar em como classificar o boteco. É estranho porque às vezes o bar é novinho, bonitinho, limpinho, com umas comidinhas bem feitinhas, com choppinho geladinho, o dono simpatiquinho e fica lá alguma coisa incomodando que a gente não consegue descobrir... vai ver é todo esse “inho inho inho”...
Eu sou mais intuitivo do que teórico. Logo que eu entro eu já sei se vou gostar ou não do bar. Me ligo mais no ambiente, nas pessoas sentadas, no dono e nos garçons... Garçom bom é 90% do bar. Acho que o garçom reflete o que está acontecendo lá dentro nos bastidores... (cozinha ruim, chefe ruim, ambiente ruim = garçom ruim).Garçom ruim estraga a noite. Se o bar não tiver nenhum garçom bom, se manda... Garçom bom não deixa você errar o pedido, não traz qualquer coisa, não fica esbarrando em você e não desaparece. São seres de extrema sensibilidade e com alto grau de desenvolvimento espiritual e telepático... você olha, faz um sinal discreto e ele sabe o que você quer... Nem a mulher da gente faz isso...
Os muquiranas vão falar que o preço interfere no bar ... claro que se sentir roubado é indigesto, mas tem lugar que dá gosto pagar e tem outros que qualquer 5 mangos já foi muito...
E a comida? Tudo bem, boteco ou restaurante com comida ruim não dá, mas esta é uma condição que já tem que vir embutido no bar, como higiene, qualidade, validade dos produtos, honestidade e cerveja gelada ... e todo bar tem alguma coisa boa para comer, se não porque o dono abriu o bar? Só que tem gente que costuma pedir as coisas erradas no lugar errado. E está aí a importância do bom garçom. Pra mim, o que difere na comida, além do sabor, da qualidade e da apresentação é o padrão... posso pedir o croquete no bar do João (que eu adoro) a hora que for que ele sempre vem igual e delicioso... eu já sei como ele vem, não tem erro.
E o banheiro, as mesas, a decoração, a freqüência, a localização? Para mim tudo isso só vale como desculpa para dizer que não se gostou do bar. Porque com um garçom bom, uma cerveja gelada, e um petisco lá que seja, a gente já ganha a noite...
Só sei que no fundo mesmo, cada bar tem sua própria magia que atrai seus iguais e repele seus diferentes... e no final das contas, cada tribo acaba tendo o bar que merece...

Um comentário:

Anônimo disse...

Não concordo com o comentário "Só que tem gente que costuma pedir as coisas erradas no lugar errado".
Se "as coisas" estão no cardápio é porque estão disponíveis; assim, devem ser servidas independentemente do ambiente do bar e com qualidade.