quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

O que sobrou do Carnaval?

Acho que só lembranças... hoje aqui em Santos o Carnaval está praticamente aniquilado... já esteve até pior, é verdade, mas como já foi bom, nossa...
Houve a época áurea dos clubes... Sírio, Internacional, Atlético, Saldanha, Vasco, Regatas, Ilha Porchat... todos os salões de Santos ficavam lotados...
Depois as bandas, Banda Mole, Segura no Bagre, Banda do Itararé... e as escolas de Samba, Brasil, X9, Padre Paulo, Amazonense, e a União Imperial, que levou o samba para os bairros da praia...
Eu mesmo não gostava de salão... nem de ficar rodando dentro do salão arrastando o chinelo e nem das marchinhas... então eu não ia... preferia sair em todas as bandas que desse e desfilar na União...
Legal era que já bem antes tinham os ensaios durante a semana, terças e quintas, com a quadra lotada... no final de semana, ainda ia assistir aos shows, inclusive nas outras escolas... lembro e ir ver o Jamelão na X9 com o Mesquitinha, o Tang, o Maloca, o Pudim e a turma da Patricinha... Vi os Originais do Samba na União, quando a quadra ainda era descoberta... Fui até ver um ensaio da Amazonense, lá em Vicente de Carvalho... bons tempos de samba e de sambista...
A gente curtia tanto as escolas que até desfilamos numa escola do segundo grupo aqui de Santos, dá para imaginar? O Carlão que arrumou o negócio.... um dia antes...
- Quanto é a fantasia? Perguntei.
- Pô, não é nada, a gente vai fazer ela aqui em casa mesmo... falou o Carlão..., vem de maiô e um tênis umas duas horas antes porque o enredo e a ala que a gente vai sair eles não sabem dizer, e só vão me ligar amanhã... na hora a gente inventa alguma coisa. Minha mãe tem um monte de pano aqui...
E foi muito legal... O João do cartório comprou todas as latinhas de cerveja de um ambulante que acompanhou a gente dentro a ala o desfile todo... caiu o maior pé d’água e quando a gente chegou em frente ao palanque oficial, tinha um piso branco, lisinho que a gente se jogava de peixinho e deslizava lá longe... E o samba? ... nem imagino...
Também fui Diretor de Harmonia da União... que responsa, cargo de alta patente... em pouco tempo já conhecia todo mundo pelo nome, e todos me conheciam meio de vista... já valia para poder furar as filas gigantes para entrar no ensaio e para pegar cerveja...
Mesmo assim fiz de tudo... desde fazer fantasia, coordenar uma ala e cortejar a porta Bandeira até ir empurrando carro alegórico lá de trás da Rodoviária até a praia...
Mas no Segura no Bagre, minha banda de coração, que ajudei a fundar com meus amigos foi onde mais curti... começava pela freqüência.... neste dia aparecia todo mundo e a gente revia um monte de gente... eu adorava ir ao lado da bateria sentindo aquela batucada batendo no meio do peito... que coisa linda o ritmo de uma bateria de escola de samba...
E agora?
Eu comecei a namorar com a minha esposa, em uma noite de carnaval... e muitos como eu também... como é que se arruma mulher hoje em dia???
Ah, já sei, é a mulherada que agarra a molecada... Está bem mais fácil...
E os clubes? E as bandas?? E as escolas??? E o samba????
Quem é que vai continuar com tudo isso? Ou o carnaval vai acabar?
E vai ficar que nem um monte de feriado que tem e a gente nem sabe porque...

terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Luiz Alca

Sou admirador e leitor das crônicas que o Luiz Alca de Sant’anna escreve no Jornal A Tribuna aqui de Santos, mas Domingo ele se superou... Talvez ele não tenha surpreendido aos que já o conhecem e acompanham seu trabalho, mas que deve ter incomodado muita gente, isso deve...
O Luiz Alca não é apenas um cronista social, na verdade eu diria que ele é um estudioso e um grande observador do ser humano que vive nesta sociedade. E o curioso é que apesar de conviver neste meio, digamos assim meio fútil da alta sociedade, ele consegue extrair e escrever diariamente sobre as mais profundas idéias e sentimentos de forma clara, simples e ao mesmo tempo com grande embasamento filosófico, mostrando o outro lado, chamando o leitor a refletir e deixando sempre um gancho positivo para a gente se segurar...
Neste domingo, sua crônica entitulada"O limite da alienação", descrevia sobre uma conversa que ouviu em um restaurante de São Paulo... onde uma dondoca estava metendo o pau no marido porque ele tinha dado somente R$2.000,00 para comprar uma bolsa.
- Dá para comprar alguma bolsa com esse dinheiro? Perguntou ela à amiga. E a amiga disse algo como:
- Quando o meu quando faz isso comigo eu gasto 10 vezes mais...
E por aí foi o papo... e a indignação do Luiz... que com toda honestidade confessou que gosta das coisas boas, porque não, mas que prá tudo tem um limite, e que as coisas estavam chegando a um ponto absurdo, onde as pessoas estão ficando completamente cegas e tapadas ao que se passa em cada esquina...
Lendo a crônica do Luiz, lembrei de uma vez que fui ao Jardim Acapulco na casa de um amigo e depois fomos passear para ver as “Mansões”... me virou o estomago ver tanta opulência, tanta exibição, tanta orgia de egos e ostentação... fontes, jardins, sacadas, escadarias com paredes de vidro... carrões e um monte de moleque (e molecas) menores de idade dirigindo como loucos prá cima e prá baixo... eu também gosto de coisas boas, mas aquilo me fez mal...
Que valores, que exemplos e que futuro nos aguarda, pensei...
Mas de tudo, o que mais gostei nesta crônica de domingo, foi que o Luiz mostrou além de toda sua indignação, sua coragem ao instigar de dentro de uma coluna social, seus seletos leitores a refletirem sobre seus valores, os valores do absurdo e os valores da vida e do ser humano. Como se uma mão saísse de dentro do jornal e desse um tabefe na cara de cada um dizendo: “Acorda o meu, a vida não é só isso aqui...” Valeu Luiz, muito legal, parabéns... tomara que não te mandem embora...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Segura no Bagre Apresenta: "Mesquitinha e Pindorama: Um Longo Caso de Amor"

Texto de Paulo Schiff / Gravura de Zé Fernando Soró

A Wikipedia explica que Pindorama em tupi-guarani é pindó-rama ou pindó-retama. Significa "terra/ lugar/região das palmeiras"). É o nome que se dava, antes de Cabral, às terras que constituem o Brasil. Se os índios ainda apitassem, Pindorama seria o nome do Brasil.
Conclusão evidente: não tem rua com nome mais brasileiro que a Pindorama
Carnaval é uma festa celebrada desde a Antiguidade. Mas era outro Carnaval Reunir numa festa só samba, percussão, cavaquinho e biquínis minúsculos e brilhantes em mulheres exuberantes e resplandescentes, tudo regado a cerveja, é façanha tropical. Idéia luminosa. Genuinamente brasileira. O espírito brincalhão e irreverente funciona como DNA. Ninguém tem como colocar em dúvida a nacionalidade do verdadeiro Carnaval.
Conclusão: nada mais brasileiro que o Segura no Bagre, desde o samba até a irreverência, passando por todos os outros requisitos do legítimo espírito de Carnaval, a mais brasileira de todas as festas.
Aí entre o Mesquitinha. Apaixonado pela Pindorama. Apaixonado pelo futebol. Boêmio, ou seja, apaixonado pela madrugada. Folião. A tradução exata de folião é “pessoa apaixonada pelo Carnaval”. E a tradução exata de Mesquitinha é paíxão.
Conclusão: não dá para ser mais brasileiro que o Mesquitinha e suas paixões.
A identidade é absoluta: Pindorama, Mesquitinha, Segura no Bagre. O lugar, o personagem, a banda.
Não precisa nem lembrar de todas as barcas pilotadas pelo Mesquitinha para qualquer lugar do mundo, desde Carnaval na Bahia até Copa do Mundo em terras não-pindorâmicas. O ponto de partida e o ponto de chegada são sempre na Pindorama. O aniversário do Mesquitinha é celebrado em dezembro. Sempre na Pindorama. Aniversário democrático, brasileiro, na rua, compartilhado com quem quer que seja, desde que entre no espírito da coisa.
No Segura no Bagre, o Mesquitinha já foi Cauby Peixoto, Jack Nicholson, mestre-sala ao lado da porta-bandeira Luiza Patinha... Esteve na articulação da participação de tudo quanto é tipo de homenageado: do Jamelão ao Plínio Marcos, do Chorão à Miss Bum Bum Alice de Carli e ao Paraná do Mate. Participou de momentos que vão ser lembrados com saudade para sempre, de trapalhadas que ainda hoje provocam gargalhadas e de brigas que muita gente prefere esquecer... Sempre com tesão, criatividade, capacidade de surpreender e de encantar. Sempre com paixão.
Neste ano, é muito natural que o Segura no Bagre celebre esse longo caso de amor, essa paíxão, essa identidade toda entre o Mesquitinha e a Pindorama. De maneira democrática. Irreverente, brincalhona. Você que lê está convidada(o). Para participar, só tem uma condição: precisa entrar no espírito da coisa

HILARIEDADES QUE EU VIVI NO BAGRE

Texto de Carlos Eduardo Mesquita, o "Mesquitinha"

Fotos de Betinho Nóbrega


Mesquitinha em 2006 como Zorro

Em 1983 na noite após o desfile teveum grande show no Heavy Metal e o Toninho Campos surpreendeu a todos passando no telão a filmagem que ele tinha feito do pessoal desfilando, foi maravilhoso ver na comissão de frente eu com um terno tipo Cauby Peixoto, sapato branco, paletó de lantejoulas emprestado pelo empresário Cabral Jr, o Ardel de Capitão Gay ( estava o próprio ), Carlão Alonso de AL Capone e Susana de Melindrosa, Passarinho e Dona Isaura, Gringo e Zezé, Rominha e Casado que iam parando o trânsito.
Robertinho Chantily foi dessa comissão desde o primeiro ano, autor do melhor hino do Bagre, outros foram feito por Xuxú do Banjo, Luigi e Giba, pelo pai do inesquecivel Tica, pena que nenhum foi gravado... Mas me lembro do Robertinho no ano em que gravei ele fazendo a chamada na rádio que era vizinha ao Shopping Miramar. Na porta do hotel estava Paulo Gracindo que estava se apresentando em Santos, os dois ficaram mais de 15 minutos num papo que me deu inveja e o grande ator adorou esse personagem, o mais puro da rua Pindorama. Outra foi com Domingos Fuschini. O nosso carnavalesco fez uma vestimenta africana maravilhosa para ele sair na frente e ele estava calçado com um tênis velho que não combinava. Esfriei o nervosismo do Domingos quando disse que arrumaria em cima da hora um par de tamancos, peguei Robertinho e o coloquei nos fundos do Tenis Clube na Pedro de Toledo, entrei pela frente fui ao vestuário roubei os tamancos e joguei pelo muro.



Segura no Bagre 1989 - Av. Conselheiro Nébias com a Praia


Luiza a Porta Bandeira trabalhava incansavelmente fazendo a minha roupa de Mestre Sala, a Bandeira com o máximo capricho e a sua própria roupa. No ano que homenageamos a TABA bloco do Boqueirão super campeão da Dorotéia, quando viramos na Embaixador vi a Conselheiro Nébias lotada para nos aplaudir, justamente ali, a esposa do Milaninho do lado de fora ofendeu a Luiza que revidou, e as duas saíram no tapa e puxões de cabelos numa briga de mulher sempre difícil de apartar que deu rasgões na roupa, na bandeira e vários arranhões.
Falando em TABA o enredo como sempre foi escrito por Paulinho Schiff que não vivenciou essa época, mas escreveu sobre tudo conforme passei para ele em todos os detalhes. Mandei imprimir e distribui uma semana antes por todo Boqueirão e bares de Santos e no dia do desfile uma mulher importante nesse bloco que eu esqueci de passar foi na saída saber quem era o tal de Schiff para encher de porrada porque entre vários nomes não tinha colocado o dela.
Jamelão chegou num fusca do seu empresário Elzo Augusto, de terno preto que era a sua roupa para shows num calor de 40º, escondido com os vidros fechados na Lincon Feliciano com Rua da Paz fugindo do banho de talco. Quando estávamos para sair fui lá buscá-lo e logo que desceu tomou talco, farinha, cola, araruta, água, mijo, etc, ficou puto e foi para o fundo do caminhão de som. Pedi ao Zinho da União que o anunciasse e entregasse uma placa com o samba enredo que o De Rossis encomendou com o Santaninha, ao receber jogou a placa fora. Depois do desfile tendo enchido a cara de chopp, steinheger numa mesa no Heins até fechar, comigo, Elzo, Maloca, Miro e Clibas Diniz pai do Vichola, queria a placa de volta. Num show no Chão de Estrelas dois meses depois quando Sivinho Doca Street foi ao camarim e disse que era da Banda voltou a pedir a placa .
Burú trouxe Neguinho da Beija Flor, Nêgo, Carlinhos de Pilares, ala de tamborim da Portela, etc, etc. Um ano conseguiu reunir as baterias da União, X9, e Brasil, eram 400 tipo uma escola do Rio. Saímos bem, pegamos a rua da praia no sentido da Ana Costa, em cima do caminhão estava o conjunto Feitiço, o falecido Babyro, Baby hoje na X9 Paulistana e muitos outros. Quando chegamos na Carlos Afonseca, Dona Terezinha esposa do Orlando Tavares estava como sempre me aguardando com um chopp e uma camiseta da Raparigas para a habitual troca. Como estava muito cansado e com sêde fui para o bar tomei mais uns cinco e fui pela Carlos Afonseca aguardar a Banda na esquina com Galeão, quando me aparece o caminhão de som vazio, mudo e só com Lino tocando tumbadora e o povo vaiando. Na praça Independência houve uma briga entre os componentes de cada escola e desfile acabou ali bem lugar principal.
Alice de Carli tinha acabado de ser eleita Miss Bumbum saindo nas capas de revistas, conseguimos com o Rony que era modelo trazê-la. Muito bacana se trocou no Clube XV subiu no caminhão e foi o maior sucesso, tanto que provocou ciúmes na nossa Hebe Camargo esposa de um amigo do primeiro escalão da Banda.
O ano que abafei foi fantasiado de Jack Nicholson, ao lado de um batman gordo suspendendo uma mulher maravilha e o Luciano Silva de Pinguim , ele que sempre saía de Boneco correndo pra Galera. Muitos personagens tipo o Hulk que foi o maior sucesso, eu contratava em S.P com o meu grande amigo Chiquinho Rodrigues que foi empresário do Piolim. Não posso me esquecer do anão do orçamento, deputado João Alves, era um anão que eu nunca vi sósia tão perfeita. Chiquinho me previniu " anão não aguenta andar um percurso tão grande "... Na hora o Zé Faleiros, sempre pão duro, com mêdo de arranhar o Jipe falhou com a gente, e eu consegui um bugue de um cara da Vahia de Abreu, quando iniciou e eu escutei o grito do anão, olhei e o pessoal dessa rua estava jogando passa-passa arremessando o anão. Esse filha da puta do anão cantou a empregada da Luiza que ia junto levando água, sanduíche, leite de rosas, whisky, gêlo e a levou, depois do desfile para um motel sem avisar ninguém... fiquei eu e o Chiquinho, até 1 da madrugada procurando e como nessa noite teve show da Xuxa com palco no canal três em frente do Paulistânia conseguimos que o apresentador desse o anuncio: “se alguém achar um anão perdido por favor traga-o para atraz do palco”.

Tião Macalé e Betinho Nóbrega

Tião Macalé era humorista fazendo sucesso na Globo, negão risonho sem um dente ou mais na frente usando o chavão NOJENTA ! Contratei sabendo que era líder da Banda Sá Ferreira, rua de Copacabana, posto seis, presidente e técnico de futebol de praia que lançou Edinho e outros craques, e que também como dizia Orlandinho de Freitas bebia HORRORES, portanto pedi ao fiel escudeiro do Bagre Betinho Nóbrega que estava no Rio que o apanhasse no apartamento e o despachasse pelo Santos Dumont já que o Beto é despachante aduaneiro juramentado. Pois bem, não é que o levou para um hotel em Ipanema na Vieira Souto onde Nobregão estava sediado e organizando mais um Campeonato de Duplas de Voley Internacional, e no apê tinha um frigobar direto à todas destilarias e choperias. O Negão chegou, mas travado. Na armação o Alamir levou à ele que era torcedor símbolo do Fluminense, o seu maior ídolo do passado, Samarone, da linha campeão brasileiro, Cafuringa, Didi ( santista ), Flávio, Samarone ( santista ) e Lula. O Negão chorou copiosamente e como ficou desidratado, bebeu mais ainda. Ele saiu num segundo caminhão ao lado do Plínio Marcos, o homenageado, segurando uma garrafa de Old Height. À noite , eu fui apanhá-lo no hotel Indaiá e levá-lo para o Baile do Ilha Porchat. No dia seguinte ele se esbaldou na Dorotéia, na hora de ir embora disse: “eu nunca vi um PRÉ CARNAVAL COMO ESSE !
Chorão, que depois de famoso foi homenageado, desfilou numa comissão de frente com skatistas da Praça Palmares que ele arrumou. Um ano depois a frente foi com 40 moleques de bike , me lembro dele, do Meninha, do Fred. Quem liderou foi o Eder que se tornou Marca do Bagre. Um ano na União que o enredo era circo coloquei ele fantasiado pelo Carioquinha e foi o maior sucesso
EMOÇÔES EU TAMBÉM VIVI
Serginho Chulapa sempre foi nosso amigo... Um ano no apogeu depois de ter sido campeão paulista e vice brasileiro pelo Santos, gravou na rádio do Sinésio, aquela vizinha ao Miramar, a chamada do Bagre, era o ano que a União foi campeã e eu mandei um ônibus buscar a ala da Camisa Verde chefiada pelo Basílio, que veio completa. O Bagre era UNIÃO, tinha a ala do Olímpia com Claudinho Pelé, Lula, Pudim, Pintinha e os outros quatrocentos na ala da Patrícia/Paulinho, inclusive eu escoltado pelo Zé Maria e Adelino Rodrigues. O Chulapa que saiu de destaque com o Bechir bolou uma frase NÃO ADIANTA NADA, É UNIÃO, mandei fazer uma faixa e coloquei na varanda do apartamento da minha mãe naqueles prédios do Parque Balneário que era o camarote da Brahma para o carnaval santista, uma semana antes desfilou o Bagre e lá estava como todos os anos minha mãe, com Dona Cida mãe do Nuno o homenageado, Tia Zefinha e Mafalda com as bandeirinhas do Bagre e União.


Nuno Leal Maia recebendo a homenagem de Mesquitinha







Eu vi o Paraná do Mate em cima do caminhão sendo homenageado, ele que nos criou na Praia com os seus conceitos e palavrões.
Mas, o que mais me tocou foi em Campos de Jordão um casal com filhos pequenos me chamar na mesa de um bar e me beijar dizendo " nos conhecemos no Segura no Bagre”, e um rapaz que me procurou porque ia se casar no Recife e tinha conhecido a noiva na Banda e que precisava levar uma camiseta, pela primeira vez eu tinha guardado uma , pois sempre confiava na coleção do Patola, liguei para o Maresia autorizando a entrega.

segunda-feira, 21 de janeiro de 2008

Eco-Tapados


Passei um fim de semana na Riviera de São Lourenço aqui no litoral norte do Estado de São Paulo... Não é minha praia preferida, mas um convite para passar um fim de semana com a família em um apartamento com sauna e piscina na quadra da praia não é para se recusar..
Como ando em uma fase digamos assim “Zen-observadora” me chamou a atenção de como estes caras que tiveram esta idéia de transformar um lugar comum, em uma mina de dinheiro. Se eu tivesse grana sobrando, juro que compraria um apartamento ou uma mansão na Riviera. Os santistas “espertos” me diriam:
- Meu, mas o point é Maresias e Juquehy... na Riviera só tem paulistinha...
É verdade, eu prefiro ainda Barra do Sahi e Camburizinho, mas para um leigo como eu, assim à primeira vista, o negócio ali na Riviera funciona muito bem...
Nestas outras praias como Barra do Sahi, como já disse em outra crônica, a ocupação é completamente desordenada e a poluição já começa a incomodar... sem falar na segurança...
Chegamos a um ponto em que se você tiver uma casa fora de um condomínio no litoral o risco de ser assaltado é de 98%... vou sair da minha casa prá que?
Ainda mais se você pensar em deixar sua família lá a semana toda e vir trabalhar...
Em compensação, lá na Riviera, tudo super limpo, as ruas arborizadas, seguranças, vigias, casas e prédios bonitos, shopping, super-mercado, eventos, tudo organizado e preparado para o turista, com uma visão ecologicamente correta...
É certo que a Riviera parece Campos do Jordão com praia... mas alguém se lembra como era antes? Para que servia aquele matagal e aquele mangue todo? Que atrativo turístico tinha aquele lugar? De que servia aquilo tudo?
Só pode achar ruim quem não teve essa idéia antes...
Os eco-tapados acham que o homem não pode colocar a mão em nada... Mas para que serve uma praia se nem estrada tem para chegar lá?
E se não tem banheiro? E se não tem esgoto, restaurantes, hotéis, casas...? Dorme todo mundo em barraca? E caga aonde? No mar ou no mato?
Na minha cabeça, de nada adianta a natureza se o homem não pode desfrutá-la... não destruí-la, digo desfrutá-la, curti-la, senti-la...
Será que se o nosso litoral norte fosse encampado por contrutoras que ordenassem a ocupação, separando áreas de preservação, com áreas de ocupação com esgoto, água, segurança e tudo mais que o ser humano necessita, não estaríamos preservando mais do que a zona que está agora?
Aí iriam dizer:
- “É mas iriam devastar tudo...”
Eentão vá lá na Riviera e veja se está tudo devastado... Prédios e mais prédios, carros e asfalto convivendo harmoniosamente com árvores e matas intocadas.
- “É mas quem iria controlar isso?”
Pô quer mais leis ambientais do que já temos?
O problema é que esse bando de eco-inúteis com mais a turma do ministério público e adjacentes, ao invés de planejarem a ocupação ordenada e apresentarem as condições em que as matas podem ser ocupadas e preservadas, acabam proibindo tudo, e aí as ocupações passam a ser clandestinas e a devastação incontrolável. Será que depois de tanto tempo estudando estes caras não sabem o que pode ser ocupado e o que não pode? Não existe condições de haver um equilíbrio? Será que ainda não sabem onde o homem pode ficar e onde não?
Está na hora de saírem dos escritórios e deixarem estas viagens naturebas filosóficas de lado e tomarem posições e medidas maduras e reais... vamos trabalhar oh macacada porque o litoral está ficando podre...

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Meu nome não é Johnny

Meu nome é Marcão. Que nome legal para um filme... e que frase legal para se falar... “Meu nome não é Johnny, meu nome é Marcão, escreve aí...” e que filme legal... e que vida louca que teve esse cara... igual a um monte que a gente já viu por aí... cada festa louca...

E que filme bem feito, legal de assistir, fiquei ligado nele do começo ao fim, que nem Tropa de Elite. Ainda bem que não fui no papo do Rubens Ewald que disse que o filme era mais ou menos... Aliás, desde que fui assistir um filme no Iporanga 3 (lembram?) numa sessão única, tarde da noite, que o cinema lotou só porque o Ewald escreveu uma baita crônica elogiando o filme que chamava “A Praça” ou “A fonte” ou a porra que fosse... passou 15 minutos de filme e a câmera não saía do lugar mostrando a tal da praça e aí um cara levantou e falou, “Porra, esse viado desse cara é uma besta, que merda de fime...” e levantou, aí eu levantei atrás dele e mais um monte de gente, saiu todo mundo descendo a escada rindo da nossa própria idiotice e da coragem do cara...
Legal que de uns tempos pra cá tem um monte de filme brasileiro bem feito. Filme com começo, meio e fim, com diálogos legais, engraçados, sem apelação e sem aquele negócio forçado, aquele humor debochado, exagerado ou daqueles filmes que vai, volta, o ator fala com a câmera, e a gente se sente um idiota... e nem aquelas outras idiotices tipo Macunaíma... esses filmes cabeça são demais para mim...
Mas o que eu queria mesmo é jogar mais confete no Selton Mello. O Ewald falou dele como que meio despeitado eu achei, algo assim tipo: “um ator que tem um estilo próprio, como uma caricatura já pronta”.
Eu entendi o recado, e assino embaixo. O Selton por si só já é um filme e já garante o sucesso. Ninguém precisa atrapalhar, nem aparecer. O cara é uma caricatura mesmo... faz cada cara, cada tique... e o jeito dele falar enrolado, correndo, é muito engraçado.Ele é um tipo único. Eu diria que ele é o nosso Jack Nicholson... só que é bem novo... Que futuro terá um cara como esse, já pensou?

segunda-feira, 14 de janeiro de 2008

Férias dos Filhos

Sempre ouço alguém dizendo: “Não agüento mais, preciso tirar umas férias dos meus filhos...”
Não tenho muitos, só uma... que mesmo valendo por duas ainda não me causou esta necessidade de tê-la longe... pelo contrário, quanto mais chata ela fica, mais eu quero ficar perto para fazê-la melhorar e fazer-se conhecer... é uma aventura e tanto desafiá-la quando está em surto... adoro ouvir seus argumentos e provocar seus pensamentos até conseguir fazer com que ela caia em si e mude completamente seu humor... O duro é que ás vezes não disponho de muito tempo porque geralmente o show acontece na hora de sair, na hora de comer, na hora de dormir... e só uns chacoalhões a fazem voltar para a terra (que diga-se de passagem já foram bem providenciais). Mas se ela me pega com tempo... coitada... eu piro a cabeça dela...
Vai ver tenho esta paciência toda porque não fico com ela o dia todo, porque como diria meu pai, a saúde dela é irritante... está sempre querendo fazer alguma coisa diferente, brincar de esconde-esconde, pular corda, ir para a piscina, encher bambucha, alugar filme, assistir Hana Montana, chamar uma amiguinha... criança, né.... normal... haja saúde, papai...
Ela foi viajar com a tia. Faz 3 dias que não a vejo... não é fácil... como também diz o sábio do meu pai, é o tipo de criança que enche quando está perto e faz falta quando está longe.
Achei ótimo ela ir viajar com a tia, não só porque está de férias, mas também para ela poder sentir um pouco a falta de casa, porque ultimamente acho que ela estava bem estressada com seus pais... exigentes pais que querem tudo perfeito... filha, vamos fazer lição, vamos estudar, arruma o quarto, guarda os brinquedos, penteia o cabelo, não é essa roupa, come tudo, não derruba na roupa, vai tomar banho, abaixa a televisão, vai escovar os dentes, vai dormir, vê se não enche... quanta ordem quantas obrigações, quanta chatice... é, papel dos pais, né?... Será? Vai ver é mesmo, mas tem hora que nem eu mesmo agüento tanto regulamento e tanta ordem, imagina ela com 8 anos?
Ou vai ver, ao invés dos pais tirarem férias dos filhos, os filhos é que precisam de férias dos pais... mas está sendo bom, assim pude pensar mais nela e na maneira de tratá-la e descobri que meu desafio não é apenas fazê-la feliz, mas também é fazer ela se conhecer, saber seus limites e suas limitações e amar a si e aos outros... espero que ela volte logo, quero testar minhas mais novas táticas de persuasão... Volta Carol, volta logo...

quinta-feira, 10 de janeiro de 2008

Cerveja de Garrafa

Engraçado, está cada vez mais difícil conseguir tomar cerveja de garrafa grande aqui em Santos... Os Barzinhos e restaurantes dão preferência para o Chopp ou a Long Neck... Também eles até que têm razão, além de ganharem mais, não tem o problema de ter que guardar os engradados... sem contar com a baita geladeira para gelar...
Mesmo assim alguns botecos e restaurantes, principalmente os mais simples, têm cerveja grande e gelada. O segredo está em achá-los de tal forma que consigam agrupar no mesmo local uma boa comida, conforto, bom serviço, boa freqüência, preço honesto e claro, a cerveja gelada...
Sinceramente, ainda não encontrei tudo isso junto no mesmo bar... mas tenho minhas preferências. Por exemplo:
- Bar do Sol: Boa freqüência, petiscos agradáveis (gosto dos pastéis, do molho de cebola, do frango à passarinho e do coração), cerveja gelada, mas o serviço é mediano e está sempre lotado... (esquina da Alvaro Alvin com Ministro João Mendes).
- Escritório: Fui lá só uma vez e fiquei bem impressionado. Comemos uma picanha que estava bem boa, a cerveja é super gelada, o serviço muito bom e o ambiente bem agradável, mas quente... bem quente... mais quente do que o Bar do Jorge... mesmo assim vou voltar lá (Esquina da Goiás com Tocantins
- Embalos – Meu preferido... não apenas pela amizade com o dono (o Maresias), mas também porque é perto de casa, a cerveja é bem gelada, os petiscos muito agradáveis e diversificados, o serviço é bom e a freqüência é de amigos...
Por enquanto é só... acho que estou precisando beber mais...
Alguém tem mais alguma sugestão???

domingo, 6 de janeiro de 2008

Acabou a Moleza...

Amanhã já estarei de volta ao batente... afinal sou mais um trabalhador brasileiro... 15 dias de folga entre o Natal e o ano novo e achei pouco... mas não tem jeito, afinal, ninguém vai trabalhar por mim...
Mas foi bem legal esta parada, fiz algo que nunca tinha conseguido fazer antes: promover mudanças.
Não é isso que a gente sempre quer no começo do ano? Começar um ano novo, uma vida nova?
Então, eu também... e consegui começar a fazer um monte de coisas que eu estava programando e não fazia. Então ao invés de ficar de papo pro ar nestes 15 dias fui atrás dos meus desejos... e realizei vários... Tá certo que não consegui fazer tudo, afinal de contas sou brasileiro, é ou não é?
Mas adiantei muita coisa e só isso já me deixou muito motivado a começar o ano. Planos e sonhos são fundamentais para nos motivar, mas realizá-los dá um combustível extra... nem que sejam poucas conquistas, parece que estamos indo em frente, subindo degraus... dá outro pique... acho que isso é que é viver...
Bem vamos ver no que vai dar... Epa! Olha a ziquezira querendo me pegar... Nada de baixo astral... só coisa boa para todos nós... Um bom ano a todos...