domingo, 26 de outubro de 2008

Segurança

Não é dos assuntos mais apetitosos, mas como aconteceu com uma amiga minha não posso ficar sem multiplicar as idéias.
Esta minha amiga estava no carro, em frente ao seu prédio, na rua Bolivar, esperando seu filho de 12 anos descer para saírem.
Chega um distinto pilantra de bicicleta, chinelo, shorts e camiseta, saca o revólver, bate no vidro e insiste que ela o abra.
Ela calmamente abaixa o vidro e ele aponta o revólver para sua cabeça pedindo dinheiro e o celular se não ele atirava.
Como ela tentou ser o mais calma possível em seus movimentos o distinto não parava de ameaçá-la. Ele pegou os R$ 10,00 que ela tinha na bolsa, o celular e foi embora pedalando calmamente.
Ela respirou aliviada, e chorou sem parar e está em choque até agora... 10 dias depois...
E novamente com lágrimas nos olhos me disse:
- Mas o meu filho desceu logo depois que o cara saiu... Já pensou se ele descesse antes?
E eu debruçado sobre todo meu equilíbrio e estupidez, falei:
- Você tem que dar Graças a Deus que não aconteceu mais nada...
- Claro, mas por que eu tenho que conviver com isso? Eu tenho que achar isso normal? Não posso ter carro importado, não posso sair com jóia, meu filho não pode sair com um tênis novo, de bicicleta, eu nem posso ficar no carro embaixo do meu prédio... Isso está certo? Trabalho, ralo que nem uma doida para ter uma condição estável, comprar as coisas que eu quero, que meu filho quer e só podemos usá-las em casa?
E eu até agora estou com esse negócio na minha cabeça... que conceito doido é este que nós criamos, né?
Temos que nos precaver o tempo todo... nosso país é uma arapuca... em cada esquina um ladrão esperando uma vítima... fora os doidos mais perigosos...
E nós passivamente vamos nos adaptando e aceitando cada agressão como se isso fosse o normal...
Certo que há uma contingência enorme em volta de tudo isto, mas até quando vamos esperar uma mudança???
E esta foi uma história com final feliz... e as outras???

segunda-feira, 20 de outubro de 2008

Maceió - Escolhendo o Hotel

Viajar é sempre bom, né? Pra mim então que adoro fazer uma pesquisa antes de ir então é melhor ainda, porque a viagem já começa bem antes...
Que hotel ficar?
Minha preferência inicial era o Jatiúca, porque eu queria mordomia, turma de recreação, sombra e não me mexer muito... Outra opção era o Ritz Lagoa da Anta, novinho, muito bonito, ao lado do Jatiúca com uma piscina muito melhor do que o do Jatiúca e o preço ídem... beleza... resolvido ou um ou outro. Fácil, não?
Não!
Jatiúca, lotado. Lugar só nas hiper-mega suítes de preços idem.
E o Ritz, lotado, tem lista de espera.... dá para acreditar?
E que outra opção?
Outro hotel mais próximo a estes é o Maceió Atlantic Suítes... mas... lista de espera também... Todo mundo, como eu (mas com mais antecedência), aproveitou o feriado do dia do professor para viajar com a família...
Minha opção ainda era Maceió,que minha esposa não conhecia e onde estive há 21 anos atrás... então vamos aguardar com fé que a vaga virá...
E para isso tenho que agradecer a Júlia, minha agente de viagem... ela é porreta...
E como minha prima já havia ido no ano passado no Ritz eu fui ouvi-la:
- O hotel Ritz é muito bom, mas fica meio longe de tudo... eu tinha que ir andando até perto do Atlantic para comer...
E tudo veio a calhar, porque o único que vagou foi o Atlantic Suítes, antigo Meliá.
Depois fui visitar os outros dois hotéis.
O Jatiúca me lembrou muito o Casa Grande Hotel, quando existia aqui no Guarujá. Uma área verde enorme, coqueiros, sombra, e a areia da praia na porta do hotel... Mas perde na piscina que ainda deve ser a mesma da inauguração...
O Ritz tem uma piscina maravilhosa, lazer e recreação e tudo mais novinhos.
E o Maceió Atlantic Suítes, onde fiquei, está com algumas reformas em andamento, mas a piscina era muito boa, os quartos das suítes simples, mas amplos, uma cama ótima, um bom banheiro, e perto de tudo... de tudo que é bom para se comer... e lá fui eu...

domingo, 19 de outubro de 2008

Maceió – Rangos e Petiscos...

A cada dia tenho mais e mais a certeza de que casei com a mulher certa.
Ali, olhando aquele mar verde, com o sol desenhando a sombra dos coqueiros na areia fofa e avermelhada e o vento macio batendo em seu rosto iluminado ela vira pra mim e sussurra ao meu ouvido:
- Amor..., aonde a gente vai jantar hoje?
Isso bateu fundo no meu coração... me arrepiou todo e eu já entendendo suas intenções respondi:
- Querida, você quer peixe, carne ou massa?
Lindo isso, né?
O amor é isso gente... essa afinidade e cumplicidade de prazeres e desejos... afinal toda minha pesquisa, meu Blog e minhas incursões serviam para que?
E quando eu já ia atacar algum prato ela mesma já me lembrava:
- Já fotografou?
Viu o que é dualidade?
Mas vamos lá...
Antes de mais nada, quero lembrá-los que o mundo realmente está globalizado. Há 21 anos atrás, para se comer em Maceió, era um sufoco... as opções eram poucas e idênticas, do tipo peixe e camarão... Churrascaria e Pizzaria, nem pensar... Hoje tem de tudo. De Suschi à comida por quilo... com restaurantes lindos e super bem montados tranquilamente ao nível dos de São Paulo... Santos então ficou pra trás faz tempo... infelizmente...
Primeiro dia, fui na dica da minha prima, em frente ao meu Hotel, uma Cantina do tipo italiana... o Massarella (R. José P. Magalhães, 271) ... Uma delícia de lugar e de comida. E deu para ver pela freqüência que é um lugar de preferência das boas famílias locais para comer massas e pizzas... cheio todos os dias... atendimento de primeira, três ambientes, inclusive um no quintal... entradas de pães e outros antepastos italianos.
Atacamos de Saladinha com pedaços grelhados de frango para minha querida esposa...


E Nhoque com filet à Parmegiana para minha querida filhinha... e para o Papai:



Segundo dia, depois de caminhar pela praia da Ponta Verde, lá na ponta mesmo, quase virando para a Pajuçara, fomos ao “Carlitos”, um mega quiosque na beira da praia.
E utlizando todo meu conhecimento e experiência virei para o garçon e disse:
- Meu amigo, o que você sugere para a gente?
- Doutor, para sua filha, um talharim ao sugo com filet. E para o casal: Filet de Lagosta Crocante com Camarão e Alcaparras, arroz e legumes na manteiga...
- Hummm, por favor, me deixe consultá-las...
Consultá-las nada, eu queria mesmo é saber o preço dessa lagosta, tá louco?
Mas não achei e chamei o garçon:
- Oh amigão, eu não achei esta Lagosta aqui no cardápio...
- Então doutor, esse prato é o especial da casa, só servimos aos amigos, não tem no cardápio, serve muito bem a duas pessoas e custa R$ 50,00...
- Então manda...

Nem preciso dizer muita coisa, né? São pedaços de lagostin, cortados em tocos passados na farinha e fritos... nossa, um estrago... E comer ali, na areia da praia... foi demais... aí lembrei dos nossos quiosques daqui de Santos... que pobreza... que raiva... que vergonha... mas vamos falar de coisa boa...
Dia seguinte, seguindo a dica da Revista Veja Maceió fui conhecer o “Melhor Chopp da Cidade”... tá pensando que eu sou bobo?
“Alagoana” (R. Deputado Luiz Gonzaga Coutinho), lindo, um baita de um bar chocante, cuidadosamente decorado, um chopp excelente e a comida muito boa... Um brinde ao capricho e ao bom gosto:

Atacamos de Picanha, macaxeira frita com torresmo, arroz e feijão verde

ah, e uns bolinhos de carne seca com macaxeira e um caldinho de lagosta para dar uma quebrada...



Assino embaixo a escolha da Veja...
Quarto dia, de carro na mão, fomos para as praias do sul e na volta, fomos à Massagueira, uma vila de pescadores com vários barzinhos na beira da Lagoa Manguaba... Que lugar bucólico... parecia filme ou o nosso litoral norte há anos e anos atrás...

Saindo de Maceió, para as praias do sul, a 15 Km do centro, depois da segunda ponte, apesar de não ter placa tem uma baita casa de material de construção na pista com o nome “Massagueira” e uma estradinha à direita de duas pistas asfaltadas... entrei e fui indo... Lá no final achei o "Bar do Pato"...

Pela minha pesquisa era o com melhor infra e realmente é verdade... Bom preço, ótima comida, e um lugar inesquecível principalmente para fugir da bagunça da praia do Francês...
Para a Mamãe, camarões fritos e para a filhinha, carangueijo...




E para o Papai, a especialidade da casa: Pato na Cerveja... hummmm


Quinto dia, petisco na areia... essa foi no chutômetro. Barraca da Tia Nice, na praia Sonho Verde:
Isca de Frango para a filhota e Camarão Crocante para os papais... de baixo do coqueiro, que delícia...

À noite, outro chutômetro... Minha esposa queria carne, e pela dica da Vejinha, fomos até a Melhor carne de Maceió, o “Grato Steakhouse”... meu..., nós não estávamos trajados adequadamente para o local... talvez eu nem tivesse roupa para tal... o maior chiquê... então vamos rodar... a filhota já quase dormindo, a mulher faminta e nervosa... fui beirando a avenida da Praia de Pajuçara procurando a minha segunda opção de Carne, mas a cara do lugar não agradou e tinha até mudado de nome... então vimos o “Parmegianno”. Um típico restaurante para pegar Turista, no meio da praia de Pajuçara, mas que estava cheio e com uma cara simpática... Entrei bem desconfiado, mas me surpreendeu muito positivamente:
Prato infantil: Macarrão, purê de batata e bife (quer coisa melhor?)
E para nós, Filet com brócolis ao alho e óleo... Claro que não era nenhum Almeida, mas para quem estava no Nordeste, e não tinha roupa e nem $$ para ir no “The Best”, estava ótimo...
E deixei para o último dia o “Melhor Boteco de Maceió”, segundo a Vejinha Maceió... o “Boteco Tradicional”.
Com o endereço na mão peguei o táxi.
- Travessa Jatiúca? Conheço não essa rua doutor...
- Mas vamos lá que eu vi no mapa e sei onde é...
E nada.... rodamos mais um pouco... paramos em um ponto com um monte de taxista e ninguém conhecia nem o Boteco nem a rua... mas no caminho, passamos pelo “Escritório”, na R. Luiz Gonzaga Coutinho e estava lotado...
Que bar iria estar lotado numa sexta feira às quatro horas da tarde???
Então fomos lá... Cerveja estupidamente gelada...

- E qual a sugestão, amigão?
- Doutor, para o senhor vai bem uma Carne seca desfiada, com macaxeira cosida e queijo Coalho...
- Então manda...
Nossa, que delícia... com uma manteguinha de garrafa então???

E à noite, para fechar com chave de ouro, voltamos ao Massarella, para mais um Nhoquezinho...
Ah, uma dica, nunca deixe para visitar o seu boteco preferido no último dia. Depois voltando à pesquisar na net, achei outro endereço, que provavelmente seria o certo do Boteco Tradicional... mas vai ficar para a próxima...

Maceió, a cidade e as Praias...

Tinha visitado Maceió há 21 anos atrás com amigos da Faculdade e voltei agora... nem preciso dizer a diferença que houve. Antes, dali da Ponta Verde para frente era terra... agora uma baita avenida com prédios lindíssimos, ciclovia, calçadão e quiosques maravilhosos.


Os prédios até 7 andares, a ciclovia e o calçadão todo reformado e lotado de gente caminhando... O cooper globalizou também... Seis da manhã, tinha mais gente andando no calçadão do que na Avenida Paulista meio dia...
E os quiosques.... Além do “Carlitos” na Ponta Verde, (que adoramos), na Pajuçara tem o “Lopana” que via todo dia cedo na minha caminhada, lindíssimo, transadíssimo, com ar condicionado e tudo, indicado pela Vejinha como o “Melhor Bar de Praia”, (e deve ser mesmo)... mas que não consegui ir...
Outra coisa que me chamou a atenção foi que muita gente pára o carro e desce com roupa de escritório para tomar seu café da manhã nos quiosquinhos menores... E os grupos de caminhada, 5, 6 andando e conversando sobre a vida, a política da cidade e os negócios...
Ali na orla da praia de Ponta Verde à Jatiúca, parecia algo assim como a Riviera de São Lourenço dentro de São Paulo... sacou?



Bom eu continuo gostando da Ponta Verde. Dizem que está poluída, mas para quem mergulha em Santos, ali era o Caribe. Claro que o vento é meio chato, deixa a água agitada e um pouco turva, mas só o visual verde já encanta... e também não sei se venta o ano inteiro... agora em outubro ventava um pouco...
Também fui fazer o passeio de jangada até as piscinas naturais de Pajuçara para minha filha e minha esposa conhecerem... Quem nunca foi, precisa ver. O contraste do mar e da jangada com a cidade ali na cara é imperdível... mas uma vez na vida basta...



Andar pela cidade de carro não é difícil. Me confundi no começo com as placas de contra-mão, que na verdade são de mão, ou seja, elas indicam aonde você pode virar e não aonde não pode...
Eu gosto de alugar um carro e me virar... e minha esposa também... inclusive ela foi para a feirinha de artesanato no outro lado da cidade, sozinha... na boa...
Os preços das locadoras locais estavam quase a metade do preço das Grandes. Como sempre, pedi a indicação de uma locadora de confiança na recepção do Hotel e fui muito bem servido.
Fomos para o sul para conhecer a Famosa Praia do Gunga e seus coqueiros... confesso que gostei mais dos coqueiros do que da praia...

Já foi considerada uma das 10 praias mais lindas do Brasil, mas não sei se ainda carrega este título.
Praia por praia prefiro a Barra de São Miguel...

de aguinha parada, protegida por recifes, mesmo invadida como está agora... e para lá fomos. No centro fizeram um monte de quiosquinhos que fica o povão do pagode... mas mais á esquerda ela vai ficando vazia e lá no início dos recifes, do lado oposto ao rio, tem o bar do Manuel que segundo o sorveteiro é o melhor da praia.... só que é o primeiro lugar que enche com a maré.

Aliás, saber a tábua das marés é fundamental. Com a maré baixa, as praias formam piscinas naturais... beleza, delícia... mas quando ela sobe, o mar fica o cão de bravo... então é a hora de ir para os botecos...
E para quem está na fase da paquera e do agito, a praia do sul indicada é a Praia do Francês... um zona... do surf ao brega em pouquíssimos metros...



E no dia seguinte fui para as praias do Norte onde meu destino final era Tabuba...
Tem as praias mais desertas para os que querem fugir do agito, mas eu queria algo perto... Outra opção também é fazer o passeio de barco para as piscinas naturais de Paripueira, que dizem ser mais bonita que de Pajuçara... mas eu que sou mais da terra do que do mar... e contrariando as pesquisas fui para Sonho Verde.
Contrariando as pesquisas e um guia que ficava pulando na entrada para Sonho Verde que fez a gente parar...
- Doutor, o senhor não quer conhecer a Praia de Carro Quebrado???
- Não, não obrigado, meu carro é alugado e não pode quebrar...
- Mas aqui na praia de Sonho Verde, não tem estrutura nenhuma... depois que fechou o Restaurante a praia ficou vazia...
Quer dica melhor???
Então fomos lá, Sonho Verde...


Até dois anos atrás, tinha um restaurante que recebia milhares de turistas das agências... sei lá porque o restaurante fechou, e o movimento acabou. Agora as Agências levam os turistas para outras praias e lá fui eu para a praia, agora deserta de Sonho Verde.
Chegando na praia, vem uma senhora muito simpática falando:
- Bom dia, é um prazer recebe-los aqui na praia de Sonho Verde... vocês precisam conhecer a barraca da Tia Nice
- Mas essa Tia Nice é de confiança?
- Claro, sou eu mesma...
E lá fomos nós... a praia com pouca gente, cadeirinha, guarda sol e lá curtimos o maior dia de praia da viagem.
E seguindo meu instinto acabei sentado debaixo das árvores tomando cerveja e papeando com o marido da Tia Nice e um senhor aposentado que agora mora em um dos condomínios de Ponta Verde:
- Depois que o restaurante fechou, aqui virou um paraíso... disse o morador...
E estava mesmo... depois de um dia de sol daqueles, sentado debaixo de uma sombra comendo um camarãozinho crocante então, nem te falo...

Tabuba e as outras prais do norte vão ficar para a próxima...
E é isso... para seis dias e para quem queria só descansar, até que rodei bastante...

sábado, 11 de outubro de 2008

Férias

Estou saindo para uma semana de férias... e merecidas, diga-se de passagem.
Não sei se poderei postar alguma novidade nesta semana, mas, enquanto isso sugiro que visitem o Blog do meu amigo Sérgião que está arrebentando a boca do balão em Londres e Paris... (isso sim que é férias, né???)
Dêem uma olhada lá: http://sergioinlondon.zip.net/
Semana que vem estou de volta.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

SAMBECO – Cap. I (por Mesquitinha)

A maioria dos meus amigos lembra que fui empresário da Dercy Gonçalves. Pois bem, em 1965 aos dezenove anos , antes da Record entrar com o Fino da Bossa e os Festivais, organizei em Santos o SAMBECO. Com os cartazes de Marco Batan, a gerência administrativa de meu írmão Luiz Antonio e os executivos financeiros (Bilheteiros) Nico e saudoso Sidney Cândido Faria, realizei um dos maiores Festival de Bossa Nova do Brasil. O local Cine Caiçara (1800 lugares) que aluguei pagando adiantado da família Campos, os funcionários para montagem do palco consegui da Prefeitura com o secretário de Turismo Carlos Alberto Aulicinio, a madeira com o construtor Damaso Esteves e o elenco (c om o empresário e na época pistonista do conjunto do Luis Loy, Dagmar): Elis Regina, Os Cariocas (a estrela máxima na época e nunca havia se apresentado em Santos), Zimbo Trio, Paulinho Nogueira, Milton Banana Trio e Milton Banana Quinteto com Raulzinho e Hector Costita, Alaíde Costa. Com toda essa trupe, sete dias antes as vendas antecipadas iam mal, o Dagmar me ligou ao lado do Corumbá da dupla com Venâncio, padrinho e empresário do Jair Rodrigues sugerindo a sua inclusão para também atingir um outro público, relutei dizendo que iria ser vaiado, mas acabei aceitando com a condição de ele não cantar Deixe que diga que fale eu não sou de nada ..., pois bem Jair abafou e na saída de cena para não me desafiar saiu com as mãos fazendo o gesto simbólico e cantarolando o refrão, o público exigiu a sua volta e ele cantou três vezes a música..., mas o importante é que duas semanas depois o Marcos Lázaro empresário da Elis convenceu o Walter Silva (Pica Pau) à colocá-lo no Paramount e resultou no LP Dois na Bossa (Elis, Jair, Jongo Trio) o maior sucesso até hoje neste país. O Zimbo na época era a segunda dentre as atrações e fui pedir ao baterista Rubinho que eles fizessem um gran finale com a Elis que tinha levado os seus músicos, ele me respondeu que não acompanhavam Merda, e dois meses mais tarde participariam como efetivos com ela e Jair no Fino da Bossa que Paulo Machado Carvalho Filho se inspirou no sucesso do LP Dois na Bossa. Cumpre dizer que abriu o espetáculo um grupo musical de Santos ; Roberto Sion, Ezequiel Silva, Betinho do Vibrafone, Paulinho da Batera, Viviane, Cacalo. AH !, mas o fato engraçado foi que Alaíde chegou esnobando acompanhada do seu namora o baixinho, publicitário Mário Telles letrista do Maestro Moacir Santos, depois do ensaio me pediu um Hotel para descansar e se trocar, sem ele saber o Sidney a levou para o apartamento que morava bem em frente, o Baixinho ficou duas horas na minha cola enchendo o meu saco até que na hora Ela chegou à rigor com a sua nova secretária mais linda ainda, era a empregada da mãe do Sidney que ficou louca comigo pois perdeu uma ótima funcionária. Gente, nada melhor e mais saudável que a irresponsabilidade juvenil, eu tive um enorme prejuízo financeiro, ou melhor meu pai, porque enquanto os últimos se apresentavam fui ao seu encontro num carteado da cidade, ele cacifou voltei entreguei ao meu irmão e todos foram pagos... e como pedi um pouco mais dali mesmo com o Nico fui para o Rio aproveitar um belo final de semana onde no domingo no Beco das Garrafas á tarde assistimos o sax alto do americano Paul Winter e eu com cinco quilos de café, presente da minha mãe para minha tia Ivone que morava na av. Atlântica ao lado, fiz que a boate inteira pedisse ao garçom ESSE CAFÉZINHO QUE SAIU AGORA ( E NÃO TINHA ) Próximo Capitulo : SAMBECO 2 , ( PARTÍ PARA RECUPERAR O DINHEIRO >>>>..... )

SAMBECO Cap. II – (por Mesquitinha)

Com a minha EQUIPE do primeiro e com o ímpeto juvenil fui à busca do prejuízo embora alertado pelo meu pai que desta vez não teria arrego.
Quanto ao primeiro SAMBECO esqueci que a iluminação foi do Orion, baluarte do Teatro de Arena que na época fervilhava como o mais Teatro politicamente corretíssimo. Malaco velho, como viu um pé direito do cinema inatingível ocupou os melhores lugares das fileiras da frente colocando os spots iluminando de baixo para cima e projetou as sombras dos músicos na tela deixando o procênio, o espaço do cantor, para o canhão, ficou lindo. Outro detalhe, o nome maravilhoso SAMBECOc riado pelo Batan, era o samba da Faculdade de Economia de Santos da Católica cujo presidente do Centro Acadêmico, o mineiro Mozart, tinha dado ordem para usar e eu queria as benesses de não pagar imposto municipal e Sbat dos direitos autorais dos compositores o que representaria um terço da receita bruta. Esquematizei três atos, o primeiro com a principal atração daqueles dias BadenP owel com quem passei uma madrugada na boate do antigo Parque Balneário duas semanas antes explicando e bebendo o que seria o evento e ele profetizou :
- Você já viu um jovem nos Festivais da PUC, Arena Estudantil, e USP chamado Chico Buarque de Holanda ?
Respondi:
- Já, um que só canta Pedro Pedreiro? E ele arrematou:
- Pois bem, vai ser o maior ídolo da MPM Brasileira...
E eu achando que ele estava bêbado, dei o fora...
A segunda atração Tamba Trio e Edu Lobo que estavam fazendo o maior sucesso na Boate ZUM ZUM no Rio e sendo segunda feira poderiam participar.
Tenho de contar que esse show nessa boate tinha a participação do Quinteto de Sopros Villa Lobos que eu queria e não tinha verba e da Nana Caymi recém desquitada de um peruano e que tinha voltado para o Rio a fim de cantar com absoluta proibição do pai que não queria vê-la no mundão ou mundano mundo artístico.
Dagmar me ligou de um orelhão da Praça Lido dizendo ela queria ir de qualquer jeito bastando pagar a passagem e hotel e eu que sou hoje presidente numero um do seu fã clube respondi sem conhecê-la: ela é cantora por causa do sobrenome, não quero...
Percebe-se assim, como no caso do Chico Buarque, que não nasci para empresário...
O show do Tamba foi memorável. Um solo do Ohana baterista que substitui o Helcio Milito colocou o Cine Iporanga de pé, cinema que os Freixo via Corte Real me cobraram um absurdo e por visão e com apoio do Sizenando Teixeira e Leoncinho Rezende dividimos como teatro de lugar numerado, lado ímpar à esquerda, par à direita com preços diferentes para a primeira metade da platéia, a segunda, e o balcão.
Antes de contar o terceiro e melhor ato, informo que para esse segundo acrescentei um texto para o apresentador tipo Blota Jr feito por um jornalista da Tribuna com coluna de MPM, João Magalhães fã como eu de Ezequiel Silva, e o apresentador de smoking foi Peirão de Castro cujo nome Carlos Eduardo por ser nosso vizinho na rua Paraguai inspirou aos meus pais que eu fosse seu xará. O grande terceiro ato foi Wilson Simonal que pela primeira vez se apresentou no Estado de São Paulo. Dagmar o esperou em Congonhas com o pianista Cido e ao chegar à tarde em Santos pedi ao meu irmão que o encaminhasse à boate do Parque Balneário onde no fim de semana o Trio Sambrasa tinha acompanhado Ciro Monteiro e Baden, o pianista desse trio era o Coalhada (Hermeto Pascoal ) o baixo e o baterista eram o Cleber e Airto Moreira que assim como os meus amigos China e Miro começou num bordel da Laura do La Licorne em Londrina, pois bem esse contrabaixista e baterista que depois formaram o Cesar Camargo Mariano Trio escudeiro na época de ouro do Simona tocaram com o Cido, mas como nunca tinham visto a fera foram comandados por ele que em duas horas passou com partituras os arranjos swingando as batidas e solfejando bocalmente como fazia o Grijó o que deveria ser. Meu imão fala até hoje que esse ensaio foi o maior show que já viu, e recentemente o Miéle declarou que ele e o Bôscoli (meu ídolo) deveriam ter cobrado os ensaios desse Pilantra no Bêco. Sim a grana embora colocada a linha dura na portaria tanto é que o Peri Ribeiro foi barrado sem ingresso e eu tive de interferir à pedido do meu pai artístico Cabral Jr., que o Jorginho grande sambista e compositor santista quando apareceu cobrando 10% do Sbat quase tomou uma surra do Sidney e amaciou, seria outro grande prejuízo senão fosse o Marcos Lázaro e o Manoel Carlos terem colocado ( Graças à Deus ) o Baden que sempre abria para fechar o já existente ( 1966 ) Fino da Bossa pois a estratégia era de liquidar todos os Festivais Estudantis que eram aos milhares e sempre também às segundas feira, meu pai ia ser o grand finale, acontece que o Baden chegou na ultima musica do Simonal reconhecendo que não dava mais , pediu desculpas, ficou contente em não se falar em multa, e nós ainda mais porque o público estava feliz e esgotado e sem o seu cachê pagamos tudo e saímos zerado para comer um sanduíche no Almeida

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

Itabaiana

Adoro sair com meu irmão. Não só porque a gente se diverte, mas como também em matéria de comida a gente se afina bem.
E como ele é daquele tipo que quando encasqueta ele fica te enchendo o saco até você fazer o que ele quer, eu aproveito para botar lenha e ir na dele. É que lá em casa (como na maioria dos lares brasileiros) a mulherada é sempre do contra.
- Vamos comer um peixe lá no bar do Tenente?
E a mulherada em coro:
- Nãaaaaaaoooo
- Bom então nós vamos lá no Itabaiana, o Marcão ainda não conhece e tem um escondidinho que ele tem que comer... vamos lá...
- Itabaiana? Perguntou meu pai, aonde é isso?
- É, ali em São Vicente, pertinho...
Pertinho de onde é que ele não disse, mas nessa, como minha cunhada é fissurada em escondidinho, ela já se animou e convenceu minha mulher... e aí fomos... e valeu... muito bom...
Me senti no nordeste mesmo... primeiro porque o Itabaiana fica em um bairro afastado do centro que já tem ares diferentes. O jeitão do restaurante, os garçons, as mesas, os doces, o piso, o palavreado e a galera, te transportam para outro lugar... sem dúvida que não parece que você está na baixada santista... sem dizer a comida...
Por isso que encontrei um amigo aqui de Santos que morou por quase dez anos em Itacaré... acho que foi ali para matar saudades... e foi isso que eu senti ao ver na mesa do lado um casal se derretendo num prato de miúdos com farinha que eu não reconheci e nem tive coragem de perguntar o que era, mas eles estavam curtindo muito... e assim dava para ver as outras mesas, muita família, muitos casais, que provavelmente estavam matando um pouco a saudade dos pratos e do ambiente típico de suas origens.
De entrada comemos uns bolinhos de mandioca com queijo que estavam ótimos... e não deu tempo nem de fotografar, mas é uma boa dica...
Aí não resisti e pedi um Baião de Dois... dá uma olhada...



Arroz, feijão de corda, carne, lingüiça e bacon, misturados com queijo coalho... estava muito bom... mas tenho que confessar que eu gosto mais do da minha mãe, digamos assim um baião à santista, ...: ela faz a nossa feijoada misturada com arroz e muzzarela... nossa, nem te falo...
A criançada comeu um filet à parmegiana e nós ainda traçamos um escondidinho de carne seca que estava prá lá de especial...


Meu irmão ainda queria que a gente comesse a carne seca desfiada na manteiga com cebola, mas sem condições... eu ainda só tenho um estômago... Mas olha, está aí uma boa dica para os apreciadores dos pratos nordestinos... O restaurante é muito bom, o serviço rápido, e tem uma batidinha de morango com vinho que fez a mulherada e o meu pai esquecerem da viajem... Beleza!!! O Itabaiana tem dois. Eu fui no da R. Frei Gaspar, 3267, Cidade Náutica – São Vicente.