sábado, 29 de março de 2008

Na Rua XV

Aqui em Santos tem um negócio espetacular... a Música na XV.
Todas as sextas feiras, à partir das 20:00 hs alguma banda se apresenta no centro histórico recuperado de Santos.
Sim, porque o restante do centro está uma b...
Bem, mas vamos falar de coisas boas... Música na rua XV de Novembro... e é na rua mesmo, no calçadão da rua XV com a rua do Comércio... aliás as mesinhas dos bares ficam mesmo na rua do Comércio, mas como a Rua XV é que ficou famosa por causa da Bolsa do Café e do calçadão, acabou pegando o nome Música na XV... e pegou mesmo.
É certo que para quem está na rua tudo pode acontecer, mas das vezes que eu fui lá nunca vi confusão... a única coisa chata são os pedintes... mas como diz meu abençoado baixista Sérgião, faz parte da paisagem e do folclore...
Mas o legal é poder tomar cerveja na rua, sentado numa mesinha, petiscando um frango à passarinho e ouvindo um som... não é demais? Para muitos talvez não, mas pra mim tem tudo a ver, principalmente porque eu gosto de tudo isso: cerveja, frango à passarinho, música e ar livre (no caso rua mesmo)...



Bem, o traje da noite é dos mais à vontade, mas muita gente se arruma bastante para a noitada... e se prepare para ver de tudo... sugiro não irem desacompanhadas... e sem salto, porque andar no paralelepípedo de salto é perigoso.
Dos botecos, já fui em todos... e todos eles colocam as mesinhas na rua ... o que eu mais gostei é exatamente o da esquina da Rua XV com a Rua do Comércio... o frango à passarinho com batata frita estava beleza... e veio servido exatamente como eu pedi: “meia porção sem carne branca”.
O único inconveniente é que é na cara do palco, então para quem quer conversar e não gosta de barulho, não serve.
Uma dica boa para quem quer fugir do barulho são os bares que ficam na Rua XV, no calçadão, ao lado do palco. Tem o "Netuno", o "Retrô" e o "Up Town "que às vezes colocam mesas na calçada (e seus banheiros também são mais indicados para as moças) ou sentar na rua do Comércio mesmo no bar mais longe, o "Galeria".
Se você não quer ouvir muito barulho então vá para a outra esquina da Rua XV, em frente à Bolsa do Café, que lá tem outro barzinho...
E para estacionar?
Bom eu prefiro guardar meu carro no estacionamento que fica na esquina da próprica Rua XV com a praça da Rodoviária... do outro lado do túnel. É parar o carro e andar meia quadra para chegar no agito...
E a banda que eu fui ver?
Para mim a melhor de todas: “João Maria e a Blasfêmia”`... que merecem uma outra postagem só para eles...


sábado, 22 de março de 2008

Da Sexta feira à Páscoa...

Como a maioria das pessoas já sabe, estes são os dias mais importantes para aqueles que acreditam em Cristo... da lembrança pela tristeza da morte de Jesus, ao milagre da sua ressurreição , concretizando sua missão prevista pelas escrituras, estes são os fatos que diferenciam o Cristianismo e as religiões que o seguem das outras.
Futebol e religião não se discutem, porém eu queria levantar algumas questões que me inquietam.
Eu fui criado em uma família católica praticante e me tornei católico nada praticante, mas a história de Cristo sempre me interessou. Li a Bíblia inteira, umas duas ou três vezes, fora tantas outras passagens que ouvi nas missas (que não vou mais), e desde sempre acreditei em Jesus Cristo.
Não sei se há como contestar sua existência, o que se pode contestar é o papel que a Igreja e muitos em seu nome realizaram usando o nome de Cristo.
E isso ocorre e ocorreu não só no Catolicismo, mas em tantas outras religiões e ceitas. A essência sempre é boa, o iluminado que inicia a pregação de suas idéias geralmente é bem intencionado, só que depois alguns se aproveitam para usufruto próprio e aí a coisa desanda...
Parece até que a história se repete sem parar até hoje em vários lugares diferentes...
Mas fora isso, falando apenas da essência, Cristo não pregou nada além do que o amor, a tolerância, a solidariedade, o perdão e a fé em dias melhores... coisa tão atual depois de tanto tempo, não?
Bem que poderiam inventar umas pílulas com uma boa dose destas coisas, não? Se cada um de nós pudéssemos tomar uma dosesinha por dia, quem sabe não ressuscitaríamos da nossa inércia e egoísmo...
Mas tenhamos fé. Apesar de quase tudo já estar perdido, ainda temos vida, ainda respiramos, ainda de vez em quando pensamos, refletimos, meditamos, e ajudamos alguém até sem interesse,, ... e ainda amamos... acho que enquanto ainda existir alguém que ame, temos alguma esperança... esperança que este amor se dissemine entre todos...
Boa Páscoa... e que o amor, a esperança, a vida e a vontade de viver ressuscitem em todos nós em cada novo dia...

segunda-feira, 17 de março de 2008

Brasil Urgente

Como diria o poeta, "Nem tudo são flores"...
A violência está chegando à nossa porta. Não podemos aceitar e conviver passivamente com isso.
Hoje de madrugada quatro assaltantes invadiram o Mac Donald (ou corrigindo, McDonald´s) da Praia e mantiveram por 1:30 reféns sob a mira de revólveres até se entregarem à polícia... quando estava passeando no Rio, o Motorista da Van enquanto me contava como foi assaltado dois dias antes, recebia um telefonema da irmã que acabara de cair no golpe do sequestro... e ele na maior calma me disse:
"É doutor, a gente vive com isso todo dia, e vamos levando..."
Três histórias que acabaram sem nenhuma tragédia, dentre tantas que ouvimos e presenciamos, e vamos nos conformando e acostumando.
A riqueza do nosso país e a nobreza de nosso povo não podem se sujeitar à miséria física e mental que vive nas entranhas do cotidiano.
Da TV de Plasma à palafitas não há sociedade que se mantenha equilibrada. Enquanto não estendermos a mão para acabar com a sub-vida de nossos irmãos brasileiros, não só estaremos alimentando a selvageria da luta pela sobrevivência como acabando pouco a pouco com o que ainda sobra de humano dentro de nós.
Essa procura louca pelo novo, o moderno, o melhor, a excelência, está acabando com nosso coração. O ganho, o lucro, o meu, custe o que custar... não posso fazer nada, só garantir o meu já é muito... Realmente, muito pouco, muito pobre.
Também nem sei por onde começar, mas como em tudo, vou tentar começar por mim... por dentro de mim...
Quem sabe tentando ressuscitar o que ainda sobra de gente dentro de mim.

sábado, 15 de março de 2008

Búzios

Como é bom voltar a Búzios... mesmo sendo por apenas um dia, já deu para matar a saudades das outras duas vezes que estive lá...
Búzios é uma cidade que te acolhe com tanto carinho que em poucos minutos você já se sente em casa. Pelo menos comigo foi sempre assim... vai ver que pela quantidade de gente que se mistura entre, turistas, cariocas, estrangeiros que moram lá mesmo, malucos, e pescadores, nada em Búzios destoa... nem os paulistas de Santos... aliás Búzios não parece uma cidade, parece outro país...
Na primeira vez, eu passei o carnaval... puxei até samba no carro de som do Bloco Ai Meus Ossos, e me deram o estandarte do Bloco para eu levar para casa de recordação... e em um boteco de pescador discuti por horas com os locais sobre qual time era o melhor, o Flamengo ou o Santos, sem sofrer nenhum risco... e terminamos a noite na maior batucada com as esposas dos pescadores no maior remelexo... com todo o respeito, claro... hoje já não sei como andam as coisas, mas o dia que passei quando desci do navio foi tranquilaço.
Quem pensa em Búzios já pensa na rua das pedras... onde barzinhos transados e boutiques se concentram...



Se bem que, como em toda cidade, cada época é um lugar que está pegando mais do que outros, e nem sempre os melhores bares e lojas ficam na rua das pedras...
]Mas o bom mesmo são as praias. Tem praia para surfista, praia para nudismo, praia com água fria, praia com água quente, praia para mergulhar praia para descansar e praia para agitar...
Se você for em uma por dia, vai precisar de 20 dias...
Então, como eu só tinha um dia fui correndo para a minha preferida... Azeda e Azedinha... que já são duas juntas e totalmente distintas.
O que mais me marcou na primeira vez que fui para Azeda e Azedinha foi passar pela Praia dos Ossos... as casas, a rua , a praia e os barcos parados formam uma paisagem que eu nunca mais tirei da minha cabeça... e continua linda.




Também aproveitei para passar no boteco, bem na entrada da praia dos Ossos, onde tomei a primeira Bohêmia da minha vida, quando ainda ela era fabricada em Terezópolis e só tinha em alguns bares do Rio... Aliás este era o único bar de Búzios que tinha Bohemia, e a gente vinha aqui todo final de tarde para degustá-las... até quando acabou... Aliás o boteco mudou completamente. Quando vim aqui pela primeira vez o boteco era de madeira, no chão de terra, não tinha onde sentar, só tinha pinguço e a gente tomava cerveja encostado no balcão... Se bem que os pinguços continuam por lá...




E finalmente Azeda,



E os botecos da praia de Azeda,



E Azedinha... minha preferida... difícil é ter que sair da água...



Ah Búzios, quantas vezes puder eu voltarei a te ver...

quarta-feira, 12 de março de 2008

Eu Voltei...

Bem que eu não queria, mas voltei...
Esse negócio de viajar de Navio é muito bom... bom demais... O duro é ter que voltar para o trabalho... e suar para pagar o cartão...


De cara já vejo três vantagens em viajar de navio:
Não tenho que dirigir...
Não tenho que ir até São Paulo para pegar um Avião
Não tenho que andar de Avião...
Quer coisa melhor???
Ta certo que nossos Resorts apresentam uma excelente estrutura e comida provavelmente muito melhor do que as do navio, mas para um navio até que não estava mal...
Principalmente se formos comparar o preço de uma semana no navio e uma semana em um Resort...
Mas para quem gosta de mar, de praia e de paisagem... não tem coisa mais linda...
De cara a gente já vê Santos de outra forma... e o por do sol???




E para quem gosta de ar-condicionado então???
Até o banheiro é geladinho...
Cassino, lojinhas, barzinhos, shows, teatro, mágica, circo, cantores, cantoras, piano bar, bar sem piano, discoteca, biblioteca, cafeteria, cybercafé, salinha, saleta, salão, piscina, Jacuzi, bar da piscina, massagem, academia, mini-golf, restaurantes... haja saúde para fazer tudo o que um dia oferece...
O que eu mais gostei?
De dormir com o Navio balançando e de ovos fritos com bacon no café da manhã.... e dos pães...
E do velhote que cantava músicas italianas e francesas no piano-bar... sabe aquela voz meio rouca do Poderoso Chefão???
Ah, e do choppinho gelado também... como é bom chopp gelado no navio. Também gostei do Grants que comprei por US16,60...
Geralmente eu gosto de cassino, mas eu estava tão cansado que eu nem conseguia erguer minhas fichas... queria cama....
Nossa opção foi o dia... Rio, Búzios e Ilha Grande... Acordar cedo e ver o navio chegar no Rio de Janeiro, foi uma cena inesquecível.
Pena que a galera detona um pouco e deixa os gringos de cabelo em pé e os dois pés atrás... vai ver por isso que tratam a gente mal...
Não gostei do serviço... para cada três tripulantes, um estava de mal humor e outro era ignorante... mas também eu não estava a fim de arenga e fui selecionando por onde andar...
Olha aí o Chef de la Cosine super solícito veio tirar uma foto aqui com o Marcão... e em compensação o Maitre era uma besta quadrada... olha que cara de falsão...



Mas valeu à pena... mas também achei pouco. Quatro noites e quatro dias foi pouco. Ainda vou arriscar um de sete dias... acho que eu sou um Velho Lobo do Mar...

Do Rio, Búzios e Ilha Grande eu falo depois...

quinta-feira, 6 de março de 2008

Tchau, tchau...

E para compensar o fim de semana no mato, estou saindo de férias para o mar... cinco dias de férias... mas é tudo que um pobre e honesto trabalhador brasileiro pode conseguir... aguardem as novidades...

Meu Grã Mestre

Há muito tempo aprendi que nós sempre deveríamos ter um mestre... alguém que devêssemos seguir como exemplo... em quem devêssemos nos espelhar...
E aqui está o meu Grã-Mestre dos Churrascos... Aquele para quem tiro o chapéu e auxilio como um servo e aprendiz... Aquele que já fez todos os tipos de animais de todas as formas e que em cada churrascada traz uma novidade, uma emoção diferente...
Valeu Tio Arthur, muito obrigado pelas grandes paradas que passamos juntos... como esta última no sítio do Roger... Aquele abraço.



ou Mato ou Morro

Eu sou de Santos, amo Santos, amo praia, pisar, deitar na areia, entrar no mar, engolir água salgada, sentir o cheiro da maresia e tudo mais... mas meu corpo pede um pouco de mato de vez em quando... não sei por que, mas pede.
E quando meu corpo pede, eu tento obedecer, se não acabo ficando doente.
E assim foi no final da semana passada. Eu estava precisando sair de Santos e respirar, ver, sentir alguma paisagem que não fosse praia... eu tinha que ir ou pro mato ou pro morro...
Que sorte... o convite veio na hora.
Meu cunhado tem um sítio maravilhoso em Mairiporã, do lado de Atibaia, onde a gente fica totalmente isolado, no meio de umas montanhas, com um ventinho gostoso, um ar puro destes que até arde a garganta... só o caminho passando do lado de um rio e umas corredeiras já parece um filme...
Quando eu consigo recarregar minha bateria no meio do mato, é outra coisa, eu consigo desligar completamente os motores e ficar só no ponto morto...
Não sei. Parece que a praia dá moleza e o mato dá energia.
Vai ver é por causa do sol que a gente toma na praia, ou das caipirinhas... sei lá... só sei que eu sinto isso.
A diferença é que com a família do Marcão, não tem essa de ficar descansando não...
É churrasco no almoço de sábado, Risoto no jantar, e outro churrasco no domingo... Valei-me Deus.

Olha o visual do Sítio... por trás da Smirnoff do Cidão, é claro...

Olha aí meu Primo Binho preparando dois pratinhos de Risoto:


E olha a Famíla do Marcão em ação, detonando os Risotos de palmito e queijo gorgonzola e o outro de tomate seco, cabeça de alcachofra e Mussarela de Búfala que o Binho fez:

segunda-feira, 3 de março de 2008

O 29 DE FEVEREIRO

Por Nilson Denari... (meu tio)

Não sabia bem porque o 29 de fevereiro mexia comigo. Não era por ele ser um ano bissexto, não. Nesta ultima terça-feira pela manhã, no trabalho, sentado frente a um paciente, um raio abriu a minha cabeça e me transportou para 1948. Não senti dor por causa do raio, mas uma sensação de renascer um fato dos mais marcantes na vida da família Denari. Uma onda de emoções mantinha em alta as nossas batidas cardíacas.
Naquele 29 de fevereiro de 1948, dentro de um Ford 1946, sentado no banco da frente o nosso pai, Dr. Antenor Denari, junto com sua esposa, nossa mãe, Da. Maria Benedicta Alvarenga Denari, tendo ao colo sua filha Ana Carolina e ao lado seu outro filho José Adhemar, juntando no banco traseiro seus outros quatro filhos Walter, Nilson, Ayrton e Nilva Marly, estavam de mudança de Sorocaba para Santos. Naquela mesma hora de minha lembrança, estávamos com os olhos arregalados e ansiosos, do alto da Via Anchieta visualizando a nova cidade que iríamos morar, Santos. Incrível, como fui me lembrar o que se passou num 29 de fevereiro, naquela mesma hora, eu e toda família no Fordão do meu pai. Que bárbaro! Só não era 1948. Que pena.
Naquele ano, um sonho estava se tornado realidade, para minha mãe. a mulher que sempre teve a felicidade de ter tido a coragem de lutar por um sonho e este era mais um; talvez o maior de todos.
Isto porque, tempos atrás, quando viemos passar as férias de julho em São Vicente, e ela pela primeira vez que viu o mar falou: “Eu ainda vou morrer em uma cidade de praia.” Sonhou e realizou.
Hoje, já passados 60 anos estaremos sempre agradecendo a felicidade que ela nos deu ao nos trazer para esta cidade de amor, fé e solidariedade, elementos básicos na formação do ser humano.
Sempre acreditei mais em fatos que palavras e isto ela nos deu por toda sua vida de mãe e mulher, como fez comigo ali sentado, naquele iluminado momento.
Mãe, lembra, quantas vezes, eu ainda imberbe, lhe dizia bravo, a seguinte bobagem: “Deus me livre casar com uma mulher igual a senhora.” Para sorte minha, ELE não perdia SEU precioso tempo ouvindo bobagens.
Mãe, te amamos,
eu e os outros cinco.