segunda-feira, 30 de abril de 2012

Viajando - Jaboticabal

O homem é um eterno aventureiro, certo?...?
Depende...
Depois da rotina que me impus nestes últimos 3 anos que começa às cinco e meia a manhã e termina às nove da noite, minha maior aventura tem sido encontrar meu sofá...
Mas algo me dizia que esta aventura era necessária. Nada extraordinário: apenas cinco horas de viajem de ida, um dia e meio de comilança e mais cinco de volta... cada vez que pensava nisso, meus cinquenta anos resmungavam...
Mas vamos lá Marcão, o homem é movido a aventuras...
E assim eu, minha família e meu intrépido parceiro Antônio Carlos, já que a outra parte da comitiva havia desistido, muito mais motivados pelo compromisso e lealdade do que pela vontade, partimos cedo.
Estava em jogo nosso objetivo dos tempos de faculdade de conhecer a cidade do Marcelo “Casado”, colega de turma, figura de destaque desde o primeiro ano pelo seu vozeirão e sotaque característico que toda hora nos desafiava com um jogo de truco, futebol, tênis, histórias, causos e o que mais tivesse para competir ou para fazer...
- Nãããããão, nããããão... isso não é assim nããããão..., peraí que eu vou te mostrar....
Para o Casadão, ninguém fazia nada melhor do que ele, então fomos lá conferir...
A viagem foi uma delícia, a paisagem pouco a pouco foi ficando mais verde e distante com plantações morrendo longe no horizonte deste nosso tão rico interior de São Paulo... 

- Que estúpido, me peguei pensando ao ver tudo isso, olha o que eu estava perdendo...
Sou um eterno contemplador. Prédios, obras, desenhos e principalmente paisagens me fascinam e desligam minha máquina de pensar por alguns momentos e reativam a parte da minha cabeça que mais me faz bem... já havia esquecido o quanto estas fugas para o meio do mato  me recarregavam..., mas o melhor ainda estava por vir...
O ser humano desenvolve uma atração difícil de explicar. Tenho com meus amigos uma ligação fraterna difícil de ser quebrada, mesmo quando não nos vemos há anos... e em alguns instantes já nos sentimos como se nos víssemos diariamente.
Claro que por trás disto estava todo o carinho e a preocupação dos anfitriões, e seus amigos que nos esperavam para uma feijoadinha com direito a uma bela rodada de torresmo de entrada e uma boa caipirinha de velho barreiro...




- Á noite vai ser queijo e vinho, caldo verde e um escondidinho de bacalhau que ninguém faz igual Marcão, quero ver esse prato no teu Blog...
Não falei? Já era o Casadão para mais um desafio...
Então, para aguentar o repuxo, e depois de uma feijoada maravilhosa, nada mais salutar do que uma boa rede... como eu gosto...


E veio então o escondidinho de bacalhau, que de entrada teve um patê de camarão e de bacalhau, tudo feito com todo carinho e dedicação pelo Casado, que do lado de fora da casa, além da churrasqueira e do balcão tem um fogão industrial de duas bocas e forno que estão com seus dias contados...
- Esse aqui não dá mais não Marcão, vou comprar um maior... todo fim de semana vem gente comer aqui e eu adoro ficar preparando umas receitas novas...




Nem preciso dizer que á noite dormi como um anjo... ou um padre??? Sei lá, dormi como a muito não conseguia, ainda bem, porque o banquete principal ainda estava por vir...
- Marcão, o Gaúcho colocou vinte e oito quilos de costela para assar às sete horas, lá pelas duas da tarde vai estar pronto... vamos todo mundo lá para o sítio do Silvan...
E assim foi...

Como dizia o grande pensador Orlandinho, “quem fica em casa perde estas coisas...”



Muito obrigado Marcelo e Vivi que nos receberam tão bem, sua filha Bruna que ciceroneou minha adolescente filha, ao Silvan e Mônica que nos receberam tão carinhosamente em seu sítio e todos aqueles que conhecemos e deixamos em Jaboticabal... 




Que Deus continue iluminando o coração destes e de todos que ainda mantém a arte de cultivar seus amigos...